Nunca desista dos seus sonhos. [Motivação]

Moisés, Maomé, Buda, Confúncio, Sócrates, Platão, Sêneca, Abraham Lincoln, Gandhi, Einstein, Freud, Max weber, Marx, kant, Thomas Edison, Machado de Assis, Sun Tzu, Khalil Gibran, John Kennedy, hegel, Maquiavel, Agostinho e muitos outros foram grandes sonhadores.

Estes homens mudaram a história porque tiveram grandes projetos. Tiveram projetos porque viveram grandes sonhos. Seus sonhos aliviaram suas dores, trouxeram esperanças nas perdas, renovaram suas forças nas derrotas. Seus sonhos transformaram sua inteligência num solo fértil.

Se os seus sonhos são pequenos, sua visão será pequena, suas metas serão limitadas, seus alvos serão diminutos, sua estrada será estreita, sua capacidade de suportar as tormentas será frágil.

Shakespeare disse que “quando se avistam nuvens, os sábios vestem seus mantos!. Sim! A vida tem inevitáveis tempestades. Quando elas sobrevêm, os sábios preparam seus mantos invisíveis: protegem sua emoção usando sua inteligência como paredes e os sonhos como teto.

A juventude mundial está perdendo a capacidade de sonhar. Os jovens têm muitos desejos, mas poucos sonhos. Desejos não resistem às dificuldades da vida, sonhos são projetos de vida, sobrevivem ao caos.

A culpa, porém, não é dos jovens. Os adultos criaram uma estufa intelectual que lhes destruiu a capacidade de sonhar. Eles estão adoecendo coletivamente: são agressivos, mas introvertidos; querem muito, mas se satisfazem pouco.

Os sonhos trazem saúde para a emoção, equipam o frágil para ser autor da sua história, renovam as forças do ansioso, animam os deprimidos, transformam os inseguros em seres humanos de raro valor. Os sonhos fazem os tímidos terem golpes de ousadia e os derrotados serem construtores de oportunidades.

Quanto mais áreas doentias estiverem comprometidas em seu inconsciente, mais ele irá reagir sem racionalidade. Se esse paciente não reescrever a sua história, poderá tornar-se uma pessoa fóbica, frágil, sem capacidade de lutar pelos seus sonhos e com tendência a inúmeros outros tipos de medo.

Para alguns, um elevador é um lugar de passeio; para outros, um cubículo se ar. Para uns, falar em público é uma a ventura; para outros, um martírio que obstrui a inteligência. Para uns, as derrotas são lições de vida; para outros, um sufocante sentimento de culpa. Para uns, o desconhecido é um jardim; para outros, uma fonte de pavor. Para uns, uma perda é uma dor insuportável; para outros, um golpe que lapida o diamante da emoção.

A maneira como enfrentamos as rejeições, decepções, erros, perdas, sentimentos de culpa, conflitos nos relacionamentos, críticas e crises profissionais, pode gerar maturidade ou angústia, segurança ou traumas, líderes ou vítimas. Alguns momentos geraram conflitos que mudaram nosssas vidas, ainda que não percebamos.

Algumas pessoas não se levantam mais depois de certas derrotas. Outras nunca mais tiveram coragem de olhar para o horizonte com esperança depois de suas perdas. Pessoas sensíveis foram encarceradas pela culpa, tornaram-se reféns dos seu passado depois de cometerem certas falhas. A culpa as asfixiou.

Alguns jovens extrovertidos perderam para sempre sua auto-estima depois que foram humilhados publicamente. Outros perderam a primavera da vida porque foram rejeitados por seus defeitos físicos ou por não terem um corpo segundo o padrão doentio de beleza ditado pela mídia.

Alguns adultos nunca mais se levantaram depois de atravessar um grave crise financeira. Mulheres e homens perderam o romantismo depois de fracassarem sem seus relacionamentos afetivos, após terem sido traídos, incompreendidos, feridos ou não amados.

Precisamos resolver nossos monstros secretos, nossas feridas clandestinas, nossa insanidade oculta.  (Foucault, 1998). Não podemos nunca esquecer que os sonhos, a motivação, o desejo de ser livre nos ajudam a superar esses monstros, vencê-los e utilizá-los como servos da nossa inteligência. Não tenha medo da dor, tenha medo de não enfrentá-la, criticá-la, usá-la.

Somos tão criativos que, quando não temos problemas, nós os inventamos. Alguns são especialistas em sofrer por coisas que eles mesmos criaram. Outros têm motivos para serem alegres, mas mendigam o prazer. Possuem grandes depósitos nos bancos, mas estão endividados no âmago do seu ser. São ansiosos e estressados.

Gandhi comentou com sensibilidade: “O que pensais, passais a ser. “ O que pensamos afeta a emoção, infecta a memória e gera as misérias psíquicas. Nunca houve tantos miseráveis em carros importados, trabalhando em grandes escritórios, viajando de avião, saindo nas capas de revistas. Quem é escravo dos seus pensamentos não é livre para sonhar.

È impossível estar livre de contradições e incoerências. Por quê? Porque temos uma complexa emoção que influencia a lógica dos pensamentos, as reações e atitudes humanas.

Qualquer pessoa que quer ser perfeita demais estará apta para ser um computador, mas não uma pessoa completa. Não devemos ficar aborrecidos por sermos tão complicados. Se, por um lado, nossas  dores de cabeça surgem no campo que extrapola a lógica.

Nossa capacidade de amar, tolerar, brincar, criar, intuir, sonhar são algumas das maravilhas que surgem numa esfera que ultrapasssa os limites da razão. Todas as pessoas muito racionais amam menos e sonham pouco. Os sensíveis sofrem mais, mas amam mais e sonham mais.

Thomas Edison acreditava que as conquistas humanas compõem-se de 1% de inspiração e 99% de transpiração. Creio que as conquistas dependem de 50% de inspiração, criatividade e sonhos, e 50% de disciplina, trabalha árduo e determinação. São duas pernas que devem caminha juntas. Uma depende da outra, caso contrário nossos projetos tornam-se miragens, nossas metas não se concretizam.

Quem quer atingir a excelência nos seus estudos, nas suas relações afetivas e na sua profissão  precisa libertar a coragem para ser um empreendedor. Estes dois pilares contribuem para formar o caráter de um líder.

Muitos sonhadores desenvolveram áreas nobres da sua inteligência, áreas que todos têm condições de desenvolver. Eles atravessaram turbulências quase que insuperáveis. Suportaram pressões que poucos tolerariam. Viveram dias ansiosos, sentiram-se pequenos diante dos obstáculos.

Alguns foram chamados de loucos, outros, de tolos. Zombaram de alguns, outros foram discriminados. Tinham todos os motivos para desistir dos seus sonhos e, em certos momentos, até da própria vida. Mas não desistiram. Quais foram os seus segredos?

Eles fizeram da vida uma aventura. Não foram aprisionados pela rotina. Claro, é impossível escapar da rotina. Em muitos momentos ela é um calmante necessário. Mas esses sonhadores passaram pelo menos 10%  do seu tempo criando, inventando, descobrindo.

Tiveram uma visão panorâmica da existência em tempo nublado. Foram empreendedores, estrategistas, persuasivos, amigos do otimismo. Foram sociáveis, observadores, analíticos e críticos.

Fizeram escolhas, traçaram metas e as executaram com paciência. Para o filósofo Kant, “ a paciência é amarga, mas seus frutos doces”. A paciência é o diamante da personalidade. Muitos discorrem sobre ela, poucos são seus amantes. Mas os que a conquistam colherão os mais excelentes frutos”.

Para Plutarco, “a paciência tem mais poder do que a força”. Não meça um ser humano pelo seu poder político e financeiro. Meça-o pela grandeza dos seus sonhos e pela paciência em executá-los. Mas a paciência precisa de outro remo para conduzir o barco dos sonhos. Qual?

Precisa da coragem para correr riscos. Os maiores riscos para quem sonha são as pedras do caminho. Tropeçamos nas pequenas pedras e não nas grandes montanhas. Quem é controlado pelos riscos e pelos perigos das jornadas não tem resistência emocional. Cedo recua. Você tem essa resistência?

Seus sonhos se tornaram realidade porque ganharam um combustível emocional que jamais se apagou, mesmo ao atravessarem chuvas torrenciais. Qual é esse conbustível? A paixão pela vida, o amor pela humanidade.  Foram dominados por um desejo incontrolável de serem úteis para os outros. Quem vive para si mesmo não tem raízes internas.

Tinham tudo para não dar certo, mas brilharam. Não eram especiais por fora, mas garimparam pedras preciosas nas ruínas dos traumas. Você sabe garimpar ouro em seus conflitos?

Muitos jovens recuariam diante de obstáculos semelhantes. A juventude está desesperada para viver nessa estressante sociedade. Os jovens precisam desenvolver urgentemente resistência intelectual e emocional para suportar perdas, derrotas, humilhações e injustiças.

O que diferencia os jovens que fracassam dos que têm sucesso não é a cultura acadêmica, mas a capacidade de superação das adversidades da vida.

Todos os dias enfrentavam a mesma rotina e os mesmos obstáculos. Queriam mudar de vida. Mas faltava-lhes coragem. O medo do desconhecido os bloqueava. Era melhor ter muito pouco do que correr o risco de não ter nada, pensavam.

Todos deveríamos em algum momento da existência questionar  nossas vidas e analisar pelo que estamos lutando. Quem não consegue fazer este questionamento será servo do sistema, viverá para trabalhar, cumprir obrigações profissionais e apenas sobreviver. Por fim, sucumbirá no vazio.

Jesus não prometeu estradas sem acidentes, noites sem tempestades, sucesso sem perdas. Mas prometeu força na terra do medo, alegria nas lágrimas, afeto no desespero.

Viver é uma grande aventura. Quem ficar preso num casulo com medo de acidentes da vida, além de não eliminá-los, será sempre frustrado. Quem não tem audácia e disciplina pode alimentar grandes sonhos, mas eles serão enterrados nos solos da sua timidez e nos destroços das suas preocupações. Estará sempre em desvantagem competitiva.

Não sabia colocar-se no lugar dos outros nem pensar antes de reagir. Não sabia proteger sua emoção nem filtrar os estímulos estressantes.

A escolha de Jesus não foi baseada no que aqueles jovens possuíam, mas no que ele era. A autoconfiança e a  ousadia de Jesus não têm precedentes. Ele preferiu começar do zero, trabalhar com jovens completamente desqualificados a trabalhar com fariseus saturados de vícios e preconceitos. Preferiu a pedra bruta à mal lapidada.

A palavra “arrepender” usada por Jesus explora uma importante função da inteligência. Ela não significa culpa, autopunição ou lamentação. No grego ele significa uma mudança de rota, revisão de vida.

Queria que as pessoas repensassem seus caminhos, revisassem seus conceitos, retirassem o gesso de suas mentes. Os que são incapazes de se repensar serão sempre vítimas e não autores de sua história.

Gostaria de destacar a fábrica de ícones construída pela mídia. Os jovens não têm seus pais, professores e os demais profissionais que lutam para vencer profissionalmente como seus modelos de vida.

Seus modelos são mágicos: atores, esportistas, cantores que fazem sucesso do dia para a noite. Estes modelos mágicos não tem alicerces, não dá subsídios para suportar as dificuldades e enfrentar desafios. Cria uma masmorra interior, sonhos inalcançáveis. Cria uma grande maioria gravitando em torno de uma minoria. Para a psicologia, a supervalorização e tão aviltante quanto a discriminação.

Todavia, um dia essa personalidade experimenta o caos. A magnífica vida que possuíamos vais para a solidão de um túmulo. Despreparada, enfrenta o seu maior evento, o seu capítulo final. Todo dinheiro, fama, status, labutas não acrescentam um minuto à existência. O fim da vida sempre perturbou o ser humano, dos primários aos intelectuais. Todos os heróis se tornaram frágeis crianças no término da vida.

É impossível exigir estabilidade plena da energia psíquica, pois ela se organiza, se desorganiza (caos) e se reorganiza continuamente. Não existem pessoas calmas, alegres, serenas sempre. Nem mesmo existem pessoas ansiosas, irritadas e incoerentes permanentemente.

Ninguém é emocionalmente estático, a não ser que esteja morto. Devemos reagir e nos comportar sob determinado padrão para não sermos instáveis, mas este padrão sempre refletirá uma emoção flutuante.

A pessoa mais tranqüila perderá sua paciência. A pessoa mais ansiosa terá momentos de calma. Só os computadores são rigorosamente estáveis. Por isso eles são lógicos, programáveis e, portanto, de baixa complexidade.

Nós, ao contrário, somos tão complexos que nossa disposição, humor, interesses mudam com freqüência. Devemos estar preparados para enfrentar os problemas internos e externos.

Devemos ter consciência de que os problemas nunca vão desaparecer nesta sinuosa e bela existência. Podemos evitar alguns, outros porém são imprevisíveis. Ms os problemas existem para serem resolvidos e não para nos controlar. Infelizmente, muitos são controlados por eles. A melhor maneira de ter dignidade diante das dificuldades e sofrimentos existenciais é extrair lições deles. Caso contrário, o sofrimento é inútil.

Ser feliz, do ponto de vista da psicologia, não é ter uma vida perfeita, mas saber extrair sabedoria dos erros, alegria das dores, força das decepções, coragem dos fracassos. Ser feliz neste sentido é o requisito básico para a saúde física e intelectual.

Ele bradou a todos os ouvintes que quem tivesse sede emocional bebesse da sua felicidade, quem fosse ansioso bebesse da sua paz. Jamais alguém fez esse convite em toda a história. Nunca alguém foi tão feliz na terra de infelizes.

Deletar a memória é uma tarefa fácil nos computadores. No homem ela é impossível. Todas as misérias, conflitos e traumas emocionais que estão arquivados não podem ser destruídos, a não ser que haja um trauma cerebral. A única possibilidade, como vimos, é sobrepor novas experiências no lócus das antigas – o que chamamos de reedição – ou então construir janelas paralelas que se abrem simultaneamente às doentias.

O grande desafio para o sucesso do tratamento psicológico não é a dimensão de uma doença, mas a consciência que o paciente tem da doença e a capacidade de intervenção na sua dinâmica.

Disse-lhe que o “eu” deveria sair da platéia, entrar no palco da mente no momento do ataque de pÂnico (foco de tensão), desafiar sua crise, gerenciar os pensamentos, criticar a postura submissa da emoção e se tornar o diretor do roteiro da sua vida.

Esse processo  é um treinamento. Quem o realiza reedita seu inconsciente e constrói janelas paralelas. Tem grande possibilidade de ficar livre dos medicamentos e dos eu psiquiatra ou psicólogo.

Sempre que treino psicólogos, enfatizo que eles devem nutrir o “eu” dos pacientes para que eles deixem de ser espectadores passivos das próprias misérias. Os pacientes têm o direito de conhecer o funcionamento básico da mente, os papéis da memória, a construção das cadeias de pensamentos, para serem líderes de si mesmos.

Quem muda as janelas do medo, da impulsividade, da timidez, do humor triste, rapidamente? Na medicina biológica alguns tratamentos são rápidos; na medicina psicológica é necessário reescrever os capítulos da história arquivados na memória.

Ele criou conscientemente ambientes pedagógicos nas praias, nos montes, nas sinagogas para produzir ricas experiências que pudessem se sobrepor às zonas doentias do inconsciente dos discípulos. Creio que ele realizou o maior treinamento para transformação da personalidade de todos os tempos.

Ele provou que em qualquer época da vida podemos mudar os pilares centrais que estruturam a nossa personalidade. Seus laboratórios eram uma universidade viva. Seu objetivo era expor espontaneamente as mazelas do inconsciente. As fragilidades apareciam, as ambições afloravam, a arrogância vinha à tona, a insensatez surgia.

Todos os seus comportamentos tinham uma alvo imperceptível aos olhos. Quando era gentil com uma prostituta, ele tratava o preconceito dos discípulos. Quando era ousado em situações de risco, ele tratava a insegurança deles.

Enquanto as gotas de água escorriam por seus pés, um rio emocional percorria os bastidores da mente deles irrigando os becos da inteligência. O mestre dos mestres conquistava o inconquistável: penetrava nos solos inconscientes, reescrevendo as janelas da intolerância, da disputa predatória, da inveja, do ciúme, da vaidade.

Jesus estava no auge da fama. Multidões queriam vê-lo. Os discípulos o colocavam num patamar infinitamente mais alto do que o do imperador Tibério César que governava Roma. De repente, ele abdica da mais alta posição, se prostra diante dos jovens galileus e começa  a extirpar a sujeira dos seus pés. Eles ficaram paralisados, chocados, estarrecidos. Eles se entreolhavam como um nó na garganta. Não sabiam o que dizer.

Enquanto as gotas de água escorriam por seus pés, um rio emocional percorria os bastidores da mente deles irrigando os becos da inteligência. O mestre dos mestres conquistava o inconquistável: penetrava nos solos inconscientes, reescrevendo as janelas da intolerância, da disputa predatória, da inveja, do ciúme, da vaidade.

Para ele, somente aquele que abdica da autoridade é digno dela. Qualquer líder espiritual, político, social, que deseja que as pessoas gravitem em torno de si não é digno se ser um líder. Os que ousam o poder e o dinheiro para controlar os outros estão despreparados para possuí-los. Somente os que servem são dignos de estar no comando.

O Mestre dos Mestres não desistiu dele, queria reconquistá-lo, levá-lo a usar seu dramático erro para crescer. Queria que Judas não fosse controlado pela culpa e pela punição enem desistisse de sua vida. Infelizmente Judas não ouviu a voz suave, sábia e afetiva de seu Mestre. Jamais uma pessoa traída amou tanto um traidor!

Horas depois de preso, Pedro golpeou-o três vezes negando veementemente que o conhecia. Pedro amava o mestre profundamente, mas estava no cárcere da emoção. Não raciocinava. Jesus não exigiu nada dele. Ainda o estava treinando. No momento em que ele o nega pela última vez, o Mestre vira-se para ele e diz: “Eu o compreendo!”

Você já disse para alguém que errou muito com você “eu o compreendo”? Somos muitas vezes carrascos das pessoas que erram, até dos nossos filhos e alunos, mas o maior vendedor de sonhos jamais desistiu dos jovens que escolheu. Os jovens também são implacáveis e agressivos com os erros dos seus pais. Falta compreensão na espécie humana e sobra punição.

Apesar dos inúmeros defeitos dos discípulos, duas qualidades os coroavam. Eles tinham disposição para explorar o novo e sede de aprender. Bastava isso para o Mestre, pois ele acreditava que a pedra bruta seria lapidada ao longo da vida. Sabia que seu projeto levaria tempo pra ser implantado, mesmo depois que fechasse os olhos.

Demonstra que as pessoas que mais nos dão dor de cabeça hoje poderão a ser as que mais nos darão alegrias no futuro. O que fazer?

Invista nelas! Não seja um manual de regras e críticas! Surpreenda-as! Cative-as! Ensine-as a pensar! Compreenda-as! Plante sementes!

Os gestos de Jesus o fizeram sonhar com um reino acima dos limites do tempo, um reino complacente e que transcendia a morte. Que homem é esse que mesmo dilacerado era capaz de inspirar um miserável a sonhar?

A emoção é bela e crédula, bastam respingos de esperança para que o humor se restabeleça e a garra retorne. Nunca devemos retirar a esperança de um ser humano, mesmo de um paciente dependente químico por décadas. A esperança é o fôlego da vida, o nutriente essencial da emoção. Como você alimenta a esperança?

O excesso de pensamentos é o grande carrasco da qualidade de vida do ser humano (Cury, 2000). Ele conspira contra a tranqüilidade, rouba energia do córtex cerebral, gera uma fadiga descomunal, como se tivéssemos saído de uma guerra. Cuidado! Quam pensa muito se atormenta demais.

Muitos detestam o lixo do escritório, mas não se importam com o lixo acumulado no território da sua emoção.

Quando um pai, mãe ou professor entra em uma janela killer, ela pode reagir agressivamente diante de um pequeno erro de seu filho ou aluno. Sua reação é desproporcional ao estímulo externo, causando sérias conseqüências para sua personalidade. Uma ofensa pode marcar uma vida.

Sábio é quem tem coragem de identificar suas loucuras e procura superá-las. Não esconde sua irracionalidade, trata-a. Muitos impulsos ferem durante a vida toda seus íntimos porque nunca assumiram sua ansiedade. Somos ótimos para nos esconder.

Em vez de se colocar como vítima do mundo, resgatou a liderança do “eu”. Saiu da própria miséria. Agradeceu a Deus pela vida e pelas perdas. Fez delas uma oportunidade para compreender as limitações da existência e crescer.

A.L. não sabia que as janelas doentias do inconsciente não podem ser deletadas ou apagadas. Não tinha consciência de que elas só podem se reeditadas através de novas experiências registradas no mesmo lócus onde se encontram. Embora na tivesse conhecimento científico da mente, ele atuou intuitivamente dentro de si como se soubesse.

Cuidado! S e você depender muito dos outros para executar seus sonhos, corre risco de ser um frustrado na vida. Os jovens precisam estar alertas. Eles são exigentes para consumir, mas não sabem construir seu futuro, são frágeis e dependentes.

Uma dose de teimosia é fundamental para ser realizado na vida. Todos os sonhadores foram persistentes, amaram a disputa.

Um bom profissional se prepara para o sucesso, um excelente se prepara para o fracasso.

Em seu livro O Príncipe, Maquiavel comentou que as atitudes revelam oportunidades que a passividade teria deixado escondidas. A história nos ensina que as pessoas passivas sucumbem às suas desculpas e submetem-se aos seus temores.

A sociedade é ótima para exaltar os que têm sucesso e rápida para zombar os fracassados. Quem almejar ter uma personalidade saudável não deve esquecer essa lei: não espere muito dos outros.

Os que amam a vaidade são indignos da vitória. Os que amam o poder são indignos dele. Ter sucesso para estar acima dos outros é mais insano do que as alucinações de um psicótico.


Nós nos psicoadaptamos ao celular, ao carro, ao tipo de roupa, à decoração de nossa casa, aos conceitos, aos paradigmas sociais. Assim, perdemos o prazer e procuramos inconscientemente novos estímulos, novos objetos, novas idéias. Só conseguimos voltar a ter prazer se reciclamos nossa capacidade de observar e valorizarmos detalhes não contemplados.

Por isso, não é saudável que os pais dêem muitos presentes para os filho. Eles se psicoadaptam ao excesso de brinquedos. O resultado é maléfico! Consomem cada vez mais coisas, mas obtêm cada vez menos prazer.

Muitos psicólogos e cientistas sócias, por não compreenderem esse processo inconsciente, não entendem que com o tempo os problemas os psíquicos e sociais deixam de excitar a emoção. Este processo nos algema, destrói a capacidade e lutar pelo que amamos. Há pessoas que arrastam sua depressão, timidez e insegurança a vida toda por causa disso.

Será que você não está se psicoadaptando à falta de diálogo na família, â dificuldade de conquistar um aluno difícil ou um colega de trabalho complicado?

O conteúdo de uma frase que todos os grandes pensadores vivenciam: “Os perdedores vêem a tempestade, os vencedores vêem por trás das densas nuvens os raios de sol”.

Suas  flagrantes derrotas, ao invés de se tornarem um pesadelo, tornaram-se um romance pela vida. As suas crises de ansiedade tornaram-se um romance pela vida. As suas crises de ansiedade tornaram-se como ondas que se debruçavam sobre a praia da sua história e produziram marcas de maturidade. Tornou-se um ser humano da raríssimo valor. Encontrou grandeza na sua pequenez. Você tem encontrado grandeza na sua pequenez?

Cinco características de grandes gênios:
Era persistente na busca de seus interesses;
Animava-se diante dos desafios;
Tinha facilidade para propor idéias;
Tinha enorme capacidade de influenciar pessoas;
Não dependia do retorno dos outros para seguir seu caminho.

Quem dera a educação moderna ensinasse menos matemática, física, química, biologia, e mais a arte de pensar. Nossos alunos teriam algumas desses nobilíssimas características da inteligência. O mundo seria menos engessado.

A individualidade, por sua vez, é ancorada na segurança, na determinação, na capacidade de escolha. É, portanto, uma característica muito saudável da personalidade. Infelizmente desenvolvemos freqüentemente o individualismo, e não a individualidade.

Quem não é fiel à sua consciência tem uma dívida impagável consigo mesmo.

Foi um vencedor do preconceito, da discriminação, do deboche social, das suas inseguranças. As pessoas superficiais vêem os resultados positivos como parâmetros do sucesso, enquanto que a psicologia avalia o sucesso usando como critérios a motivação, a criatividade e a resistência intelectual.

Schopenhauer afirmava que jamais deveríamos fundamentar  nossa felicidade pela cabeça dos outros. (Durant, 1996).

Nos momentos mais tensos da sua vida, em vez de reagir, procure a voz do silêncio. Psiquiatras, psicólogos, intelectuais, generais, enfim, qualquer ser humano, que não ouve essas voz, obstruiu sua inteligência, tem atitudes absurdas, fere quem mais merece seu carinho.

Quando usamos as palavras para compreender as raízes do medo e enfrentar seus tentáculos, o medo é reeditado, pois novas experiências são acrescentadas nas janelas da memória onde eles se encontram. O medo se torna nutriente da coragem.

“O homem que se vinga quando vence não é digno da sua vitória”, pensava o afiado escritor Voltaire. A.L. venceu, mas não se vingou dos que a ele se opunham. Ele apenas zombou do próprio medo, transformou a insegurança em ousadia, a humilhação em lágrimas que lapidaram sua personalidade, as lágrimas em gemas preciosas no território da emoção.

As “Mary Todd” estão contagiando as sociedades modernas. Espero que elas não se tornem máquinas de trabalhar, como os homens da atualidade, para nunca perderem sua sensibilidade e jamais deixarem de sonhar como muitos deles. Mary Todd influenciou a trajetória de Abraham Lincoln, deu-lhe sustentáculo em momentos difíceis.

A sociedade moderna tornou-se psicótica, uma fábrica de loucura. Infelizmente, do jeito que as coisas caminham, investir na indústria de antidepressivos e tranqüilizantes parece ser a melhor opção no século XXI.

Se você acorda cansado, tem dores de cabeça, está ansioso, sofre por antecipação, sofre dores musculares, não se concentra, tem déficit de memória ou outros sintomas, saiba que você é normal, pois nos dias de hoje raramente alguém não está estressado. Raramente alguém não possui algum transtorno psíquico ou sintomas psicossomáticos.

Os adultos estão se tornando máquinas de trabalhar, e as crianças, máquinas de consumir. Estamos perdendo a singeleza, a ingenuidade e a leveza do ser. A educação, embora esteja numa crise sem precedentes, é nossa grande esperança.

O mago da economia americana Alan Greenspan, que se tornou presidente do Banco Central dos EUA nos governos Reagan, George Bush, Bill Cliton, George W, Bush, teve a  ousadia de dizer que os imigrantes latinos são mais empreendedores do que a média dos americanos e por isso têm mais possibilidade de progresso. Por quê? Porque eles têm de enfrentar mais dificuldades do que os americanos nativos. Os baixos salários, as pressões sociais e o excesso de carga de trabalho geram um grande volume de desafios que recicla o fenômeno da psicoadaptação,gerando uma revolução criativa que produz sonhos de superação, que estimula o resgate da liderança do “eu”, que alavanca a construção consciente e inconsciente da audácia, da determinação e da perspicácia.

Precisamos sonhar o sonho de liberdade de Abraham Lincoln. Ele enfrentou o mundo por causa dos seus sonhos. Desenvolveu amplas áreas da inteligência multifocal – pensar antes de reagir, expor e não impor suas idéias, colocar-se no lugar dos outros, ter espírito empreendedor, ser um construtor de oportunidades, ter ousadia para reeditar seus conflitos. Por tudo isso, ele se tornou autor da sua própria história.

Quem controla a liberdade dos outros nunca foi livre dentro de si mesmo.

Quando nossos sonhos incluem os outros, quando procuram de alguma forma contribuir para o bem da humanidade, eles suportam mais facilmente os temores da vida. Quando temos sonhos individuais eles são tímidos, não resistem aos acidentes do caminho.

Enriquecer por enriquecer não tem sentido. Ganhar dinheiro só tem sentido se for para promover muito mais do que nosso conforto, se for usado para ajudar os outros, aumentar a oferta de empregos, contribuir socialmente.

Ter status pelo status é superficial. Ter sucesso pelo sucesso é uma estupidez intelectual. Mas ter sucesso para aliviar o sofrimento dos outros é um perfume para a inteligência. Nada é tão poético quanto investir na qualidade de vida das pessoas. Você tem feito esse investimento?

Todas as crenças fizeram com que o jovem sonhador aprendesse uma das mais profundas lições da psicologia: gerenciou seus pensamentos, transformou sua raiva em capacidade de lutar, sua indignação em idéias, seu sofrimento em sonhos. Tornou-se ator principal do teatro da usa mente.

Se não aprendesse essa lição, não sobreviveria. Enquanto muitos, ao atravessar turbulências, recuam, ele caminhava nas tempestades sem medo de se molhar. Tornou-se um pensador.

“A suprema arte da guerra é derrotar o inimigo sem lutar”. Pensava Sun Tzu. M.L.K. queria vencer o inimigo da discriminação sem derramar uma gota de sangue. Era um guerreiro poeta. Começou a participar de passeatas e a fazer discursos inflamados sobre aquilo que acreditava.Em seus discursos empunhava uma bandeira branca e invisível revelando que os fortes amam, e os fracos odeiam, os fortes incluem, os fracos discriminam.

Diante disso, novamente o grande dilema dos sonhadores: dois caminhos se desenharam em sua mente. Ou ele enfrentava e superava as janelas fóbicas ou seria submisso a elas. Quando o medo está presente no anfiteatro da emoção, não há dois vencedores. Ou dominamos o medo ou o medo nos domina.

Aos olhos do mundo seria melhor que ele recuasse e esquecesse seus sonhos. Muitos em seu lugar os teriam enterrado. Alguns profissionais abortam sua inteligência diante da autoritarismo dos eu chefe. Alguns jovens seputam sua criatividade antes de realizarem suas provas e participarem dos concursos. O medo enterrou milhões de sonhos ao longo da história da humanidade.

A vida é um jogo. Podemos perder em muitos momentos, mas não podemos admitir ficar no banco de reserva. M.L.K. analisou as causas da sua luta e as conseqüências de uma possível desistência. Assim, mesmo tombando, levantou-se.

“Não Há nada mais tolo do que sempre conduzir em obediência a uma mesma disciplina”. (Montaigne).Não devemos ficar engessados nos nossos comportamentos.

Os grandes pensadores sempre foram exímios questionadores que usaram a arte da dúvida e da crítica para abrir o mundo das idéias. Infelizmente, num mundo tão rápido e ansioso, a educação tem desprezado a ferramenta da dúvida e da crítica, que são agulhas e a linha que tecem a inteligência. Vale a quantidade de informações, não a qualidade. Noventa por cento das informações são inúteis, nunca serão utilizadas e sequer recordadas.

“O conformismo é o carcereiro da liberdade, o inimigo do crescimento”. (John Kennedy).Parece que milhões de americanos esqueceram ou desconhecem seu ensinamento. Amam o conhecimento pronto e rápido. Ingerem o conhecimento como se fosse um hambúrguer.

Pensar antes de reagir, reagir positivamente a elementos novos, ocupar seu tempo de forma produtiva e não ser escravo dos seus pensamentos negativos.

Segundo Gowan e Torrace (Alencar, 1986), essas características são propriedades dos gênios. Todavia, a genialidade mais profunda não é aquela que vem gratuitamente da herança genética, mas confecciona no armazém da inteligência ao longo da vida.

M.L.K. tornou-se um grande líder. Um excelente líder não é o que controla seus liderado, mas o que os estimula a fazer escolhas. Não é o que faz temer, mas o que faz crer. Não é o que produz pesadelos, mas o que faz sonhar.

Certos transtornos psíquicos, como a obsessão por doenças e por higiene, assim como pelo perfeccionismo, também são transmitidos na relação entre pais e filhos e demoram algumas gerações para remissão espontânea.

Quando os filhos assistem milhares de vezes a uma mãe ou a um pai preocupado-se excessivamente com doenças, tendo reações de desespero diante de uma tosse ou febre, eles registram essas experiências, adquirem zonas de conflitos, constroem janelas doentias que são lidas diariamente, reproduzindo a obsessão dos pais.

Se não ocorrer uma intervenção consciente da própria pessoa modificando sua história, ou uma intervenção psicoterapêutica para tratar essas zonas de conflito, somente os netos ou bisnetos terão chance de ficar livres dessa obsessão.

A crise social, a invasão de território, as mortes em combates geram experiências dramáticas no território da emoção. Arquivadas pelo fenômeno RAM, produzem janelas na memória com alto nível de tensão que, uma vez acionadas, bloqueiam a racionalidade do homo sapiens e fomentam a  agressividade.

As estatísticas demonstram que os soldados israelitas estão desistindo da vida. Estão morrendo mais por suicídio do que em combates. A emoção não suporta essa sobrecarga de violência. Se esses jovens que deveriam estar se divertindo em festas estão se matando, imagine o que está acontecendo nos solos inconscientes das crianças.

Precisamos sonhar com uma espécie mais feliz. Precisamos abraçar as pessoas diferentes. Precisamos dizer todos os dias que não somos americanos, brasileiros, judeus, árabes, somos seres humanos. Precisamos nos convencer, ainda que demore décadas, que a vida é um espetáculo imperdível.

Quantos professores de História ensinam sobre a escravidão, sobre o terrorismo, o nazismo, as guerras, fornecendo apenas informações, sem teatralizar suas aulas e fazer com que os alunos se coloquem no lugar dos que sofrem, eles não geram consciência crítica. Esse tipo de aula pode ser lesiva pois leva à insensibilidade diante das atrocidades humanas.

Ele só realizaria seus sonhos se superasse as idéias negativa, vencesse a humilhação e se livrasse dos tentáculos da timidez e da baixa auto-estima. Seus maiores inimigos estavam em seu interior, somente eles poderiam calar a sua voz.

Alguns negros idosos paravam diante dos quadros dos museus exclamando para si mesmos “como tudo é lindo”, “como a nossa espécie é criativa!. Pensaram por um momento que, se os pintores, os escultores e os poetas dominassem o mundo, haveria mais cores na sociedade.

Sentiriam que raros são os políticos preparados para o poder. O poder os seduz, os faz fortes para receber aplausos, mas tímidos para atender às necessidades dos outros.

Exigia pouco para ser feliz. Os que exigem muito são algozes de si mesmos.

Enquanto a dor lhe cortava a emoção, ele fazia a técnica do Stop Introspectivo: parou, se interiorizou e refletiu sobre sua vida e os eventos que a cercavam. Era difícil entender por que alguém da sua cor quisesse-lhe tirar a vida. Muitos sucumbem aos sinais externos, são dominados por seus presságios, mas este na era o caso de M.L.K. Quando não matamos nossos monstros psíquicos, nós os projetamos em alguém ao nosso redor”. (Freud 1969).

Para o ano seguinte para novamente para o cárcere. Enfrentou mais uma vez as planícies da solidão. Para muitos a solidão é uma companheira intolerável, mas para os sonhadores é um brinde à reflexão. Os que têm grandes projetos precisam de uma dose de solidão para elaborarem seus sonhos.

A junventude atual não suporta uma hora de solidão. Logo desferem o grito “não tenho nada para fazer!”. Não suportam a solidão porque não suportam a si mesmos. Não sabem libertar sua criatividade e nem contemplar o belo. O que fizemos com os nossos jovens?

Eles não são culpados. O capitalismo selvagem os tem transformado em consumidores vorazes, com um apetite emocional insaciável. São vítimas da síndrome do pensamento acelerado. São ansiosos. A ansiedade é inimiga do silêncio. Se aprendessem a usar a solidão para se interiorizar, encontrariam a fonte da tranqüilidade.

Ele vivia o riquíssimo pensamento de Agostinho: “Na essência somos iguais, nas diferenças nos respeitamos.”

Sua filosofia de “não-violência” é baseada nos princípio do Mestre dos Mestres, na psicologia do perdão, na inclusão, no sólido amor ao próximo, na compreensão das causas que se escondem por de trás da cortina dos comportamentos. Sua filosofia é ainda baseada no pacifismo de Gandhi, que também recebeu forte influência de Jesus Cristo.

Sua memória não era refinada mas tinha uma refinada  CAPACIDADE DE OBSERVAÇÃO, um desejo ardente de fugir da mesmice e criar coisas originais. Era tão crítico que às vezes discordava de seus professores de psiquiatria e psicologia. Sua atitude era intrépida.

Escrevia em seus cadernos de forma diferente da que era ensinada. Como pode um mero estudante discordar de cultos professores? Não dava para saber se era um teimoso, uma pessoa fora da realidade ou um amante da sabedoria. Talvez fosse uma mistura de tudo isso.

Pouco a pouco ele desenhou na sua personalidade três características que estão escasseando atualmente: a arte da crítica, coragem para pensar e ousadia para ser diferente.

O medo de pensar diferente tem engessado mentes brilhantes. Muitos profissionais, empresários, executivos, estudantes têm asfixiado suas idéias debaixo do manto da timidez e da insegurança. A inteligência sempre precisou do oxigênio da audácia para respirar.

A carga genética não determina se uma pessoa terá ou não depressão. Apenas em alguns casos ela pode gerar uma sensibilidade emocional exagerada que faz com que pequenos problemas causem um impacto interior grande. Entretanto, a educação e a capacidade de superação do “eu” podem fazer com que pessoas hipersensíveis aprendam a se proteger. E, assim, evitar risco de depressão.

Todavia, quando a esperança estava cambaleante, algo novo surgiu. Voltou para dentro de si mesmo. Começou a questionar qual o sentido da sua vida e qual sua postura diante do próprio sofrimento.

Começou a seguir a trajetória de Beethoven, De Martin Luther King, de Abraham Lincoln e de todos os que não se conformaram com seu cárcere psíquico. Decidiu ir à luta contra sue pior inimigo, aquele que não se vê. Empreendeu uma batalha dentro de si mesmo. Procurou perscrutar seus caos e entender os fundamentos da sua crise. Criticava sua dor e questionava seus pensamentos negativos.

Nessa trajetória, entendeu que, quando as pessoas estão sofrendo e precisam mais de si mesmas, elas não se interiorizam, se abandonam. Você se abandona em momentos difíceis?

A.C. aprendeu rápido uma grande lição da inteligência: “Quando o mundo nos abandona, a solidão é suportável, mas quando nós mesmos nos abandonamos, a solidão é quase insuportável”.

Nessa técnica o “eu”, como agente consciente, decide ser ator principal do teatro da mente e não mais ator coadjuvante ou, o que é pior, um espectador passivo. Ele começa a libertar sua criatividade para criticar, confrontar, discordar e repensar as causas que financiam os conflitos, e para atuar contra os pensamentos negativos, as idéias mórbidas e as emoções perturbadoras geradas por esses conflitos.

O transtorno emocional de A.C. o levou a enxergar a dor por outro ângulo. Entendeu o grande dilema exposto neste livro e que os sonhadores sempre enfrentaram : a dor contrói ou nos destrói. Ele preferiu usá-la para se construir.

Nessa caminhada interior, reconheceu convictamente que somos os maiores carrascos de nós mesmos. Sofremos por coisas tolas, nos angustiamos por eventos do futuro que talvez jamais ocorram, gravitamos em torno de problemas que nós mesmos criamos.

Ficou impressionado com o paradoxo do sistema social. Aprendemos a dirigir carros, organizar a casa, conduzir uma empresa. Mas não sabemos dirigir nem intervir em nossas idéias e emoções tensas. Somos tímidos onde deveríamos ser fortes. Somos prisioneiros onde deveríamos ser livres.

Ele começou a desconfiar que vivemos em sociedades democráticas, mas somos freqüentemente sujeitos as cárcere da emoção, do mau humor, das preocupações, com a existência da tirania do estresse, da ditadura da estética, da paranóia do status social e da competição predatória. As pessoas vivem porque estão vivas, mas raramente questionam o que é vida, por que são tão ansiosas, pelo que vale a pena lutar.

Ele se perguntava:”Onde estão as pessoas cuja mente é um palco de tranqüilidade? Onde estão as pessoas que contemplam o belo, que extraem prazer das pequenas coisas, que investem naquilo que o dinheiro não compra?” Procurava-as no tecido social, mas não as encontrava.

Ele questionava o papel da ciência que trouxe tantos avanços tecnológicos, mas não avanços no território da emoção. Queria expandir a ciência e humanizá-la. A ciência deveria servir à humanidade e não a humanidade servir a ciência.

Compreendia que na base da depressão e da ansiedade existiam diversos fenômenos psíquicos que atuavam sutilmente e não apenas as substâncias químicas. Como estudava a construção dos pensamentos, percebia que o “eu” facilmente poderia se tornar ator coadjuvante no teatro da mente, incapaz de administrar os pensamentos, as idéias fixas, os conflitos existências. Um “eu” frágil e submisso abria as portas para as doenças psíquicas.

Por pensar tanto, era desconcentrado e distraído. Certo dia em que chovia muito, ao descer de ônibus, abriu seu guarda-chuva. Chegando no hospital da faculdade, percorreu os compridos corredores. Cumprimentou as pessoas que olhavam para ele sorrindo. Ficou alegre por estar sendo observado.

Depois de caminhar mais de cem metros, entrou no elevador e de repende percebeu que estava com o guarda-chuva aberto. Olhou para as pessoas meio sem graça, mas não ficou constrangido. Aprendeu a dar risadas das suas tolices.

Se não desse risadas, não sobreviveria, pois essas reações bizarras eram comuns. Ao rir de si mesmo, sua vida ganhou mais suavidade.

Entendeu que o homo sapiens  pode se psicoadaptar inconscientemente a todas as malezas sócias, como as guerras, o terrorismo, a violência, a discriminação, a ter um conformismo doentio. O anormal pode se tornar normal. O “eu” pode ficar impotente, frágil, destrutivo e autodestrutivo.

Entendeu que a freqüente exposição à dor do outro pode gerar insensibilidade se não for trabalhada adequadamente. Em menor escala, médicos, advogados, policiais, soldados e qualquer pessoa que trabalha continuamente som sofrimentos frente às angústias alheias.

Eles falam da dor das pessoas sem nada sentir. Tornaram-se técnicos frios. Tal frieza não é uma proteção, mas uma alienação inconsciente.

Entendeu que os que não  aprendem a duvidar e criticar serão sempre servos. A aceitação passiva das respostas pode abortar o desenvolvimento da inteligência. Os psicopatas nunca duvidaram de si mesmos, nunca criticaram sua compreensão de vida.

Apesar de ter em alta conta os professores, A.C. considerava que o sistema acadêmico estava doente, pois formatava universitários para consumir informações sem crítica, sem contestação. Os jovens estavam se tornando meros repetidores de informações, sem adquirir capacidade de enfrentar desafios e assumir riscos. O templo do conhecimento havia perdido os fundamentos do livre pensar.

No auge do assédio social, resolveu abandonar tudo e procurar o anonimato. Ninguém o apoiou, somente a sua esposa.

Nada tão belo como nos reconciliamos com nossos sonhos. Nada tão triste como desistimos deles. Muitos acharam loucura sua atitude, mas seu rosto voltou a brilhar. Encontrou a alegria represada no secreto do seu ser.

Os sonhos precisam de persistência e coragem para serem realizados. Nós os regamos com nossos erros, fragilidades e dificuldades. Quando lutamos por eles, nem sempre as pessoas que nos rodeiam nos apóiam e nos compreendem. Às vezes somos obrigados a tomar atitudes solidárias, tendo como companheiros apenas próprios sonhos.

Mas os sonhos, por serem verdadeiros projetos de vida, resgatam nosso prazer de viver e nosso sentido de vida, que representam a felicidade essencial que todos procuramos.

Bem-humorado, ensinei a meus pacientes a pensar. Acalmava-os dizendo que o problema não são as cobras das matas que só atacam se ameaçadas, mas as cobras das cidades (a violência social) e as cobras da nossa mente. São elas que envenenam a saúde psíquica. Ninguém pode fazer tanto mal ao ser humano quanto ele mesmo.

Ao tratá-lo, expliquei-lhe o que era a construção multifocal de pensamentos. Comentei que ou ele governava seus pensamentos ou seria dominado por eles. Incentivei-o a criticar cada pensamento de conteúdo negativo e reescrever a sua história.

O problema é que a grande maioria das pessoas conhece, no máximo, a sala de visitas do seu próprio ser. Você pode admitir que as pessoas não o conheçam, mas jamais deve ser um estranho para si mesmo.

Como o sistema acadêmico mundial (da pré-escola à universidade) não preparou, nos últimos cinco séculos de difusão das escolas, o ser humano para exercer esse gerenciamento, vivemos um grande paradoxo: nos tornaremos gigantes na ciência, mas meninos na maturidade psíquica.

Perdemos o instinto de preservação da espécie por não estudarmos o funcionamento da mente e entendermos os fenômenos que constroem as complexas cadeias de pensamentos. Não percebemos que esses fenômenos são exatamente os mesmos em todo ser humano. Portanto, do ponto de vista psicológico, não há brancos, negros, judeus, árabes, americanos, reis, súditos. As guerras, a discriminação, as disputas comercias predatórias e o terrorismo são frutos da autodestruição de uma espécie que não conhece o funcionamento da sua mente e não honra a arte de pensar.

Só o conhecimento sobre si mesmo e o amor pela espécie humana libertam o homo sapiens das suas loucuras.

Milhões de pessoas têm alguns dos sintomas da SPA: mente agitada, sofrimento por antecipação, sobrecarga do córtex cerebral, fadiga excessiva, déficit de concentração, esquecimento, dificuldade de contemplar o belo nos pequenos estímulos da rotina, sintomas psicossomáticos. Nas sociedades modernas, o normal é ser doente e estressado, o anormal é ser saudável, ter tempo para amar, sonhar, contemplar as coisas simples.

Por ter coletivamente  síndrome do SPA, a juventude mundial viaja em suas fantasias e idéias, não se concentra, tem conversas paralelas e tumultua o ambiente da sala de aula. Tais comportamentos não ocorrem apenas por indisciplina, mas principalmente como tentativa de aliviar a ansiedade decorrente dessa síndrome. O sistema social construído pelos adultos cometeu em crime contra a mente dos jovens. Eles perderam o apetite de aprender, são insatisfeitos, ansiosos, precisam de muito para conquistar pouco no território da emoção.

Para tentar explicar melhor este assunto, imagina um quadro de pintura que tem sol, lago e árvores. O pensamento dialético é a descrição da paisagem, o pensamento antidialético é a imagem em si e o pensamento essencial é o pigmento da tinta. As imagens e a descrição são belas, mas virtuais.

A última fronteira da ciência é estudar a natureza dos pensamentos. A grande questão é: pode o pensamento consciente, que é de natureza virtual, mudar a emoção (angústia, ansiedade, fobias, agressividade), que é de natureza real? Esta é a maior pergunta da ciência e poucos cientistas sequer formulam! Perguntando de outro modo: a imagem virtual pode mudar o pigmento da tinta?

Entendi que sim, caso contrário o ser humano seria vítima e não agente capaz de transformar sua história. Todavia não é uma tarefa simples. È necessário que os pensamentos conscientes, que são virtual, sejam produzidos com emoção, que é de natureza real, para intervir na própria emoção.

Caso contrário, acontecerão situações como estas: pessoas cultas vivendo no cárcere da emoção, não conseguindo mudar sua realidade, embora tenham consciência, muitas vezes, do que precisam corrigir. Algumas pessoas fazem anos de psicoterapia, conhecem seus conflitos, mas não conseguem ser autoras da sua história.

Recorde que para superar minha crise depressiva usei a técnica da “mesa-redonda do eu”, bem como a arte da dúvida e da crítica. Essas técnicas me ajudaram autoconhecer e a intervir na dinâmica da minha personalidade.

Só caminhamos nos solos da vida com segurança quando conhecemos os terrenos da nossa personalidade.

As pessoas insistiam com Jesus para saber qual era seu rótulo, qual era sua bandeira. Ela as olhava e dizia: “Eu sou o filho do homem.” Sua resposta era surpreendente. Ser o filho do homem é não ter nenhuma barreira, nenhuma bandeira que segrega, a não ser a bandeira do amor, da entrega, da solidariedade. Ele era positivamente um servo da humanidade. Amava-a até o limite do impensável.

As idéias devem servir a vida e não a vida as idéias. Os piores inimigos de uma idéia são aqueles que a defendem radicalmente, mesmo na ciência.

Fracassei muito, errei muito, conheci de perto minha limitações. Hoje tenho tido mais sucesso do que mereço. O dia em que achar que mereço tudo que tenho deixarei de sonhar e criar. Serei estéril.

Finalmente descobrimos que a violência gera violência, que os fracos condenam e julgam, mas os fortes perdoam e compreendem. Agora, enfim, podemos chorar, abraçar, amar e sonhar juntos!

Como pesquisador da inteligência, estou convicto de que minha inteligência não é melhor do que a de ninguém. A mais excelente genialidade é a construída nos escombros das dificuldades e nos desertos secos dos desafios.

Por isso, realmente torço para que muitos jovens e adultos, através da leitura deste livro, sejam audaciosos em pensar e possam ir mais longe do que eu fui. A humanidade precisa de pensadores apaixonados pela existência.

Aprendi que os sonhos transformam a vida numa grande aventura. Eles não determinam o lugar aonde você vai chegar, mas produzem a força necessária para arrancá-lo do lugar em que você está.

Aprendi  que ninguém é digno do pódio se não usar sua derrotas para alcançá-lo. Ninguém é digno da sabedoria se não usar lágrimas para cultivá-la. Ninguém terá prazer no estrelato se desprezas a beleza das coisas simples no anonimato. Pois nelas se escondem os segredos da felicidade.

Porque o trabalho deles é tão ou mais importante que o de todos esses profissionais. Os professores educam a emoção e trabalham nos solos da inteligência para que os jovens não adoeçam em sua mente, não se sentem nos bancos dos réus, não façam guerras.

Os jovens estão despreparados para enfrentar os desafios exteriores e os conflitos interiores. Não sabem proteger sua emoção, administrar seus pensamentos, expor suas idéias, pensar antes de reagir.

Nunca uma geração teve um aumento tão grande na velocidade de construção de pensamentos como a nossa. Adultos e crianças não se concentram, detestam a rotina, perdem rapidamente o prazer das coisas que conseguem, têm uma mente agitada. A paciência, característica tão importante para a saúde emocional, e dissipou. Se o computador leva um minuto a mais para completar uma operação, as pessoas já se irritam.

Mexemos na caixa preta do funcionamento da mente, aceleramos perigosamente e sem perceber a troca de cenário da mente da mente das crianças e dos jovens. Pó isso, eles não refletem, não se interiorizam, repetem os mesmos erros com freqüência, não amadurecem.

Alem disso, nossa geração quis dar o melhor para eles. Não queríamos que andassem na chuva, se machucassem nas ruas, se ferissem com as brincadeiras caseiras, quisemos poupá-los das dificuldades. Colocamos uma televisão na sala e nos quartos, fornecemos computadores, videogame. Nossas crianças e nossos adolescentes estão cheios de atividades, correndo entre cursos de línguas, computação, judô, natação, música e dança.

A intenção foi ótima, mas o resultado foi péssimo. Os pais não percebem que as crianças precisam ter infância, necessitam inventar, correr riscos, frustrar-se, divertir-se, encantar com as pequenas coisas simples da vida. Não imaginam que funções mais importantes da inteligência dependem das aventuras da criança.

Criamos uma estufa para nossos filhos e pagamos um preço caríssimo. A SPA gerou neles um apetite psíquico insaciável. Tornaram-se a geração mais insatisfeita, ansiosa, alienada, desmotivada, despreocupada com o futuro que já pisou nesta Terra. Eles raramente têm idéias, projetos de vida, audácia, sonhos.

Comentei que ela precisava não apenas tratar da sua depressão, mas irrigar a sua vida com sonhos, dar um sentido para sua existência. Existência chama por significado.

Apesar de haver diversas exceções, a geração dos jovens da atualidade é a que mais tem cultura lógica e menos cultura emocional e existencial. Estão desenvolvendo doenças emocionais não apenas por conflitos do passado, mas principalmente porque estão despreparados para fracassar, sofrer perdas, chorar, competir, construir oportunidades. Não sabem lidar com a solidão nem contemplar o belo. Suas emoções são fugazes e sem raízes.

Muitos enterram seus sonhos nos escombros dos seus problemas. (Freud 1969)

Pessoas encantadoras obstruíram seus sonhos ao longo da vida. Mas precisamos desenterrá-los, pela superação de nossos traumas, conflitos, focos de tensão. Nossos sonhos precisam novamente respirar.

Os erros, os fracassos, as incompreensões geraram lições únicas para aqueles que lutaram por seus sonhos. Cumpre aos verdadeiros líderes, como os pais, educadores, executivos, incentivar quem fracassa a extrais sabedoria da sua experiências dolorosas, em vez de cultivar a culpa.

O medo de errar gera um “eu” submisso, tímido e inseguro.

Quem sonha não encontra estradas  sem obstáculos, lucidez sem perturbações, alegrias sem aflição. Mas quem sonha voa mais alto, caminha mais longe. Toda pessoa, da infância ao último estágio da sua vida, precisa sonhar.

Por isso, agora, vocês precisam de grandiosos sonhos para enfrentar vida de peito aberto, se preparar para trabalhar seus medos, vencer suas crises, superar sua passividade e amar os desafios. Assim, escaparão do rol dos frustrados, sairão da sombra dos seus pais e construirão sua própria vida.

Precisarão de sonhos para saber que seus filhos precisam muito mais do seu toque, dos seus beijos, seus elogios, sua história de vida, do que do seu dinheiro, de roupas de grifes, de computadores e videogames.

Você não precisará de sonhos para superar uma pequena tristeza ou um momento de ansiedade. Mas precisará de espetaculares sonhos para vencer uma crise depressiva, o desânimo, a falta de coragem de viver, e, assim, acreditar que todo transtorno psíquico por mais dramático que seja pode ser superado.

John F. Kennedy disse precisamos de seres humanos que sonhem o que nunca foram. Tem fundamento seu pensamento, pois os sonhos abrem as janelas da mente, arejam a emoção e produzem um agradável romance com a vida.

Como disse o filósofo da música Raul Seixas: “Tenhas fé em Deus, tenha fé na vida, tente outra vez...” Se você sonhar, poderá sacudir o mundo, pelo menos o seu mundo...

Sem sonhos, os ricos se deprimem, os famosos se entendiam, os intelectuais se tornam tímidos. Sem sonhos, a coragem se dissipa, a inventividade se esgota, o sorriso vira um disfarce, a emoção envelhece.

Apesar dos nossos defeitos, precisamos enxergar que somos pérolas únicas no teatro da vida e entender que não existem pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe são pessoas de sucesso ou pessoas fracassadas. O que existe são pessoas que lutam pelos seus sonhos ou desistem deles. Por isso desejo sinceramente que você... NUNCA DESISTA DOS SEUS SONHOS!

Um comentário:

  1. Olá Pr. e amigo!
    Enquanto existir Deus, eu nunca desisto dos meus sonhos,como Deus é eterno, eterno também são os meus sonhos.
    Abraços.

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