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[Estudos Bíblicos] VIVENDO JUNTAMENTE COM O SENHOR

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 “Que morreu por nós, para que, quer vigiemos, quer durmamos, vivamos juntamente com ele” (1 Tessalonicenses 5.10).

Já temos aprendido que Jesus morreu por nós para nos salvar da morte eterna, o que é completamente verdade (João 3.16). Mas Seu sacrifício na cruz, além da salvação, concede-nos outras bênçãos. Uma delas é vivermos juntamente com Ele – e eu acrescento aqui que é possível, sim, neste mundo repleto de perigos, tentações e males, estarmos, a cada dia, ao lado de Deus. Isso significa que o adversário não pode tocar em nós nem nos desviar do Caminho, porque os que vivem com o Senhor tornam-se um só com Ele e absolutamente nada é capaz de atingi-los.
Somos os eleitos de Deus. Então, precisamos estar atentos para que o inimigo não faça com que creiamos de modo diferente. Em qualquer situação, temos de nos lembrar de que Ele nos elegeu com um propósito antes da fundação do mundo e Ele enviará todos os esforços necessários para cumprir essa decisão. Portanto, não há quem possa intentar alguma acusação contra a vida de quem foi chamado pelo Deus eterno para ser parte do Seu Corpo (Romanos 8.33).
Você não pode viver como se fosse um perdido; afinal, Cristo ensinou que precisamos vigiar sempre (Mateus 26.41). Sendo assim, não baixe sua guarda nem deixe de crer no que o Mestre falou: Ele afirmou que temos de estar alerta e orar para que não entremos em tentação. Houve um momento específico em sua vida em que o diabo veio tentá-lo? Alguns, por exemplo, são visitados pelo tentador ao deitar, quando surgem as mais diversas fantasias e muitos desejos malignos. Se, porém, obedecermos ao que fala a Palavra de Deus, não teremos problema com o inimigo.
O mesmo que aconteceu com alguns discípulos de Jesus é o que temos vivido atualmente: se não vigiarmos, cairemos nas ciladas do maligno. Se isso ocorreu com a sua vida, lembre-se de que, mesmo dormindo, você continua vivendo juntamente com Deus. Basta confessar o erro, se tiver caído em pecado, pois o Senhor é fiel e justo para lhe perdoar (1 João 1.9) e purificá-lo de toda transgressão.
Tudo aquilo que Jesus fez em Sua morte foi para que pudéssemos viver com Ele. Então, não desperdice essa oportunidade de passar 24 horas do seu dia com o Salvador, sete dias por semana, respirando a atmosfera divina. Quem vive desse modo jamais é visitado pelo diabo, pois, antes de este tocar em você, terá de passar por Aquele que é fogo consumidor (Hebreus 12.29). Se você tem sofrido de algum mal “incurável”, mas vive ao lado do Senhor, não se aflija! Comece a crer que esse fogo destruirá toda ação maligna e permaneça firme na fé, orando nesse sentido.
Não desperdice o cuidado de Jesus por você, porque Ele o incluiu em Sua morte e sofreu todos os seus males para lhe conceder a liberdade que têm os filhos de Deus. Viva a liberdade da santidade, bem como as outras bênçãos da salvação!
Que o Senhor lhe fale mais ao coração.

Como Deus estabelece o seu Reino

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Embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas cousas que sofreu e, tendo sido aperfei­çoado, tornou-se o Autor da salvação eterna para todos os que lhe obedecem (Hb. 5:8-9).
Ora, nós somos testemunhas destes fatos, e bem assim o Espírito Santo, que Deus outor­gou aos que lhe obedecem  (Atos 5:32).
Mas nem todos obedeceram ao evangelho; pois Isaías diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação?" (Rm. 10:16).
Tomando vingança contra os que não conhe­cem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus (Ts. 1:8).
Tendo purificado as vossas almas, pela vos­sa obediência à verdade, tendo em vista o amor fraternal não fingido, amai-vos de coração uns aos outros ardentemente (1 Pedro 1:22).

O Senhor aprendeu a obediência através do sofrimento

Assim como Deus garantiu o princípio da obe­diência através da vida de nosso Senhor, Deus também estabeleceu sua autoridade através do Senhor. Vamos ver agora como Deus estabelece hoje em dia o seu reino com base nessa autori­dade. O Senhor veio a este mundo de mãos va­zias; não trouxe consigo a obediência. Apren­deu a obediência através do que sofreu e, as­sim, tornou-se a fonte da salvação eterna a todos os que lhe obedecem. Passando por so­frimento após sofrimento aprendeu a obede­cer até à morte, e morte de cruz. Quando o Senhor deixou a Divindade para se tornar ho­mem, verdadeiramente tornou-se um homem — fraco e sofredor. Cada sofrimento pelo qual pas­sou amadureceu num fruto de obediência. Ne­nhum sofrimento foi capaz de incitá-lo à mur­muração ou à impaciência.
Como diferem disto muitos cristãos que não conseguem aprender a obedecer mesmo depois de muitos anos. Embora seu sofrimento aumente, sua obediência não. Quando surge o sofrimento, geralmente murmuram zangados, indicando no­vamente que não aprenderam a obedecer. Mas nosso Senhor, ao passar por toda espécie de so­frimentos, continuamente exibiu o espírito da obediência; e assim se tornou a fonte de nossa salvação eterna. Através da obediência de um homem muitos receberam graça. A obediência de nosso Senhor foi por amor do reino de Deus. O alvo da redenção é promover o reino de Deus.

Deus estabelecerá o seu reino

Você já notou até que ponto a queda dos anjos e do homem afetou o universo, que grande pro­blema criou para Deus? Era intenção divina que os seres por ele criados aceitassem sua autorida­de, mas ambos os tipos de seres criados rejeita-ram-na; Deus não pôde estabelecer sua autorida­de nos seres criados; mesmo assim, não a re­tirou. Ele poderia retirar sua presença, mas ja­mais desistirá da autoridade que iniciou. Onde houver sua autoridade, ali é o seu lugar de di­reito. Por isso, de um lado, Deus afirmará sua autoridade e, de outro, estabelecerá o seu reina Embora Satanás continuamente viole a autorida­de de Deus e os homens diariamente se rebelem contra ele, Deus não permitirá que tal rebeldia continue para sempre; ele estabelecerá o seu rei­no. Por que a Bíblia chama o reino de Deus de o reino dos céus? Porque a rebeldia não se res­tringiu simplesmente  a  esta  terra,  mas,  além dela, alcançou os céus onde os anjos se rebelaram, Como, então, o Senhor Jesus estabelece o reino de Deus? Ele o estabelece através de sua obe­diência. Nunca foi desobediente a Deus; nunca resistiu à autoridade de Deus enquanto esteve na terra. Obedecendo  perfeitamente e  permitindo que a autoridade reinasse absolutamente, estabe­leceu o reino de Deus dentro do reino de sua própria obediência. Agora, exatamente como fez nosso Senhor, a igreja deveria obedecer hoje em dia a fim de que a autoridade de Deus pudesse prosperar e o reino de Deus se manifestar.

Deus ordena que a igreja seja a vanguarda do seu reino

Depois da queda de Adão Deus escolheu Noé e sua família. Contudo, eles também falharam — depois do dilúvio. Então Deus chamou Abraão para ser o pai de uma multidão de nações, tendo a intenção de estabelecer o seu reino através de Abraão. Abraão foi substituído pela escolha de Isaque e, então, mais tarde, Jacó. Os descenden­tes de Jacó multiplicaram-se grandemente sob a opressão egípcia e, por isso, Deus enviou Moisés para livrá-los do Egito a fim de que pudessem estabelecer uma nova nação. Mas como havia desobedientes entre eles, Deus levou os israelitas através do deserto a fim de ensinar-lhes a obe­diência. Não obstante, persistiram em sua rebel­dia contra Deus, resultando que toda a geração morreu pelo caminho.
Conquanto a segunda geração conseguisse en­trar em Canaã, não deu ouvidos à palavra de Deus com coração perfeito; por isso não puderam expulsar os cananeus completamente da terra. Saul tornou-se o primeiro rei, mas devido à sua rebeldia o reino não pôde ser estabelecido. Só depois que Davi foi escolhido, Deus encontrou nele o rei que foi segundo o seu próprio coração, pois Davi obedeceu totalmente à autoridade de Deus. Mesmo assim, traços de rebeldia ainda per­maneceram dentro da nação. Deus indicou Je­rusalém como o lugar onde o seu nome seria estabelecido, mas o povo continuou a sacrificar no grande lugar alto de Gibeom. Falhou em obe­decer. Tinha um rei mas faltava-lhe a substância espiritual de um reino. Antes de Davi, havia um reino sem um rei apropriado. No tempo de Davi, ambos, rei e reino, estavam presentes, mas a substância espiritual do último ainda faltava. O reino de Deus tinha de ser verdadeiramente
es­tabelecido.
 O Senhor veio a este mundo para estabelece o reino de Deus. Seu evangelho é duplo em natureza: o pessoal e o geral. No que se refere ao pessoal, o evangelho chama homens para
 receber vida eterna através da fé; quanto ao geral convida homens para entrar no reino de Deus; através do arrependimento.
Os olhos de Deus estão sobre o reino: o "Pai Nosso", por exemplo, começa e termina com o reino. Começa com "Venha o teu reino, faça-se tua vontade, assim na terra como no céu".
O reino de Deus é aquele reino dentro do qual a vontade de Deus é executada sem nenhuma
in­terferência. A oração termina com "Pois teu é o reino, o poder e a glória para sempre. Amém". (Mt. 6:13.) O reino e o poder e a glória estão in­terligados. "Agora veio a salvação, o poder, o rei­no do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo", (Apocalipse 12:10). Eis por que o reino é o campo de ação da autoridade. "O reino de Deus está en­tre vós", diz o Senhor (Lucas 17:21, à margem, na versão usada pelo autor). "Entre vós", não "den­tro de vós". O próprio Senhor é finalmente o reino de Deus.
Quando o Senhor Jesus está entre vós o reino, de Deus está no vosso meio. Isto acontece porque a autoridade de Deus passa a ser completamente executada em vossa vida. Pois exatamente como o reino de Deus está no Senhor, deve também ser encontrado na igreja — porque a vida do Senhor é liberada para a igreja e assim o reino de Deus também se estende à igreja. Começando com Noé, Deus conseguiu obter um reino, mas era um reino terreno, não o reino de Deus. O reino de Deus realmente começa com o Senhor Jesus. Como foi pequena a sua esfera de ação no começo! Hoje, entretanto, este grão de trigo já deu muito fruto. Seu campo de ação abrange não só o Senhor mas também muitos santos.
Deus tem o propósito de que sejamos o seu reino e a sua igreja, uma vez que a igreja tem ordens de constituir o terreno onde a autoridade de Deus é exercida. Ele deseja ter o seu lugar de direito em mais do que apenas alguns indivíduos; ele deseja que toda a igreja lhe conceda preemi­nência absoluta a fim de que sua autoridade pre­valeça e não haja rebeldia. Assim Deus há de estabelecer sua autoridade no meio dos seres que criou. Quer que sejamos obedientes não ape­nas à autoridade direta que ele mesmo exerce mas também às autoridades delegadas que ele estabelece. O que ele espera é obediência total, não parcial.

O evangelho não só convoca o povo a crer mas também a obedecer

A Bíblia menciona a obediência além da fé, pois não somos apenas pecadores, mas também filhos da desobediência. O que Romanos 10:16 quer dizer com "acreditou na nossa pregação" de Isaías 53:1 é "obedeceu às boas novas" (Darby). A natureza da crença no evangelho é a obediên­cia. "Tomando vingança contra os que não co­nhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho de nosso Senhor Jesus" (2 Ts. 1:8). Aqueles que não obedecem são os rebeldes: "Ira e indignação aos facciosos que desobedecem à verdade" (Rm. 2:8). Os desobedientes são os re­beldes. "Tendo purificado as vossas almas, pela vossa obediência à verdade" (1 Pedro 1:22). Isto indica claramente que a purificação é através da obediência à verdade. A fé é obediência.
Os crentes deveriam ser antes chamados de "obedecedores", pois devem ficar sujeitos à auto­ridade do Senhor além de crer nele. Depois que Paulo foi iluminado, perguntou: "Que farei, Se­nhor?" (Atos 22:10). Não só creu, mas também se submeteu ao Senhor. Seu arrependimento foi causado pela compreensão da graça e pela obe­diência à autoridade. Quando foi movido pelo Espírito Santo para ver a autoridade do evan­gelho, chamou Jesus de Senhor.
Deus não nos chama só para receber sua vida através da fé, mas também para manter sua au­toridade através da obediência. Ele aconselha--nos, aos que estamos na igreja, a obedecer às autoridades que ele estabeleceu — no lar, na es­cola, na sociedade e na igreja — como também a obedecer à sua autoridade direta. Não é neces­sário destacar especificamente a que pessoa seria preciso obedecer. Simplesmente significa que sempre quando nos encontramos com a autora dade de Deus, direta ou indiretamente, devemos; aprender a obedecer.
Muitos são capazes de dar ouvidos e obedecer somente a uma determinada pessoa. Isto indica que ainda não descobriram a autoridade. De nada adianta obedecer ao homem; é à autoridade que devemos obedecer. Para aqueles que conhecem a autoridade, até a mais leve desobediência fá-los sentir que foram rebeldes. Mas aqueles que não conhecem a autoridade não têm ideia de como são os rebeldes. Antes de ser iluminado, Paulo re­calcitrava contra os aguilhões sem perceber o que estava fazendo. Depois da iluminação, entre­tanto, a primeira coisa que aconteceu foi que os olhos de Paulo se abriram para ver a autoridade e essa visão continuou a se desenvolver mesmo de­pois. Embora Paulo se encontrasse apenas com um humilde irmão chamado Ananias, jamais per­guntou que espécie de homem era ele — culto ou ignorante — porque não olhava para o homem Paulo reconheceu que Ananias era enviado por Deus, por conseguinte, sujeitou-se àquela autori­dade delegada. Como é fácil obedecer quando se reconhece a autoridade.


Através da igreja as nações se tornam o reino de Deus

Se a igreja se recusa a aceitar a autoridade di­vina, Deus não tem meios de estabelecer o seu reino. A maneira de Deus obter o seu reino é, em primeiro lugar, no Senhor Jesus, depois na igreja, e, finalmente, em todo o mundo. Um dia se fará uma proclamação anunciando que "o reino do mundo se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo" (Ap. 11:15). A igreja ocupa o lugar entre o reino que se encontra na pessoa do Se­nhor Jesus, e sua mais ampla extensão se ve­rá quando o mundo se transformar no reino do Senhor e do seu Cristo. O reino tem de ser encontrado no Senhor Jesus antes que seja estabelecido na igreja; tem de ser implantado na igreja antes que seja assegurado entre as nações. Não pode haver igreja sem o Senhor Je­sus, e não pode haver uma extensão maior do reino de Deus sem a igreja. Quando se encontrava na terra, o Senhor obe­deceu em todos os menores detalhes. Por exem­pio, pagou o imposto devido ao templo. Não ten­do dinheiro, arranjou a moeda na boca de um peixe Novamente, quando interrogado em outra ocasião sobre o pagamento dos impostos civis, afirmou: "Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus" (Mt. 22:21). Embora: César fosse uma pessoa rebelde, fora estabelecido por Deus; consequentemente, tinha de ser obe­decido) Depois de obedecermos totalmente, nos­so Senhor se levantará e tratará daqueles que desobedecem.
Através de nossa obediência o reino será esten­dido por toda a terra. Hoje, entretanto, muitos têm consciência de pecado, mas não de rebeldia. Os homens precisam de um senso de autoridade, além do senso do pecado. Não ser sensível ao pecado prejudica a vida cristã; falta de sensibili­dade diante da autoridade desqualifica a pessoa.

A igreja tem de obedecer à autoridade de Deus

Temos de saber como obedecer na igreja. Não existe autoridade dentro da igreja que não exija obediência. Deus pretende que sua autoridade se manifeste totalmente na igreja e que seu reino se estenda através da igreja. Quando a igreja ti­ver obedecido totalmente, toda a terra ficará sob a autoridade de Deus. Se a igreja falhar em per­mitir que a autoridade de Deus prevaleça dentro dela, o reino de Deus será desviado do seu
alvo de cobrir toda a terra. A igreja é, portanto, o caminho para o reino; mas pode igualmente frustrar o reino.
Como pode o reino de Deus se manifestar se não somos capazes de nos sujeitar a pequenas dificuldades dentro da igreja? Como pode o reino de Deus prevalecer se sempre discutimos e ar­gumentamos entre nós? Temos grandemente atra­sado o horário divino. Todos os rebeldes têm de ser expulsos para que o caminho de Deus seja desobstruído. Quando a igreja obedecer verdadei­ramente, todas as nações lhe seguirão. A respon­sabilidade da igreja é imensa. Quando a vontade e a ordem de Deus encontrar livre acesso na igreja; seu reino certamente virá.

O Reino de Deus e a Salvação.

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"Pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas." (Lucas 21:19)
"Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna." (João 12:25)
"Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma." (Hebreus 10:39)
"Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas." (I Pedro 1:9)

Quando lemos Lucas 21:5 a 19 podemos prontamente perceber que esta passagem da escritura fala de salvação da alma; "Pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas." (verso 19). Sempre que a Bíblia fala sobre salvação, ela enfatiza a fé. Aqui, no entanto, é dito que pela perseverança ganhamos nossa alma. Deve haver conseqüentemente uma diferença entre salvação da alma e do espírito.
Se me lembro corretamente, o evangelho segundo João menciona em 35 ocasiões que aquele que crer tem vida eterna. Em todo o Novo Testamento há não menos de 150 exemplos onde aparece esta declaração como crer e ser justificado, crer e ter a vida eterna, crer e ser salvo, e assim por diante. Aqui, porém, se fala de perseverança. Perseverança é obra, não fé. Por esta razão a salvação da alma é bastante diferente de ter simplesmente vida eterna.
Vamos ler cuidadosamente e considerar como esta passagem de Lucas 21 fala da salvação da alma.
"E falando-lhe alguns a respeito do templo, como estava ornado de formosas pedras e dádivas, disse ele: Quanto a isto que vedes, dias virão em que não se deixará aqui pedra sobre pedra, que não seja derribada. Perguntaram-lhe então: Mestre, quando, pois, sucederão estas coisas? E que sinal haverá, quando elas estiverem para se cumprir?" (versos 5 a 7). O templo mencionado aqui é o templo sagrado de Jerusalém. "Perguntaram-lhe então:" refere-se aos discípulos. "Estas coisas" aponta para a destruição do templo nos dias - que o Senhor disse que viriam - quando não ficaria pedra sobre pedra. O verso 7 merece atenção especial. A questão parece ser similar a que está registrada na passagem paralela de Mateus 24, ainda que exista uma grande diferença entre elas. Portanto vamos comparar as duas passagens mais de perto.
"E estando ele sentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Declara-nos quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo." (Mateus 24:3). Mateus não fala somente sobre a destruição de Jerusalém mas também da vinda do Senhor e do fim do mundo; enquanto Lucas 21 trata exclusivamente da destruição de Jerusalém. Em Lucas, os discípulos perguntaram somente quando estas coisas acontecerão (que significa dizer, quando a destruição de Jerusalém irá ocorrer) e quais serão os sinais quando estas coisas estiverem por acontecer. Não há uma palavra colocada inquirindo sobre a volta do Senhor ou do fim do mundo.
Vamos nos relembrar que nas questões em Mateus são levantados estes itens:
(1) Quando serão estas coisas?
(2) Qual será o sinal da vinda do Senhor?
(3) Qual será o sinal do fim do mundo?
Em Lucas, por outro lado, a pergunta é feita em apenas um item; que é, "quando, pois, sucederão estas coisas? E que sinal haverá, quando elas estiverem para se cumprir?". Portanto a questão registrada em Lucas é a mesma somente na primeira questão mencionada em Mateus.
A destruição de Jerusalém foi subseqüentemente cumprida em 70 D.C. O que o Senhor declarou a respeito de que não ficaria pedra sobre pedra está desde então cumprida.
"Respondeu então ele: Acautelai-vos; não sejais enganados; porque virão muitos em meu nome, dizendo: Sou eu; e: O tempo é chegado; não vades após eles. Quando ouvirdes de guerras e tumultos, não vos assusteis; pois é necessário que primeiro aconteçam essas coisas; mas o fim não será logo." (Lucas 21:8 e 9). Este é o aviso que o Senhor dá aos seus discípulos para serem cuidadosos durante o período que é o "tempo é chegado" para destruição de Jerusalém. A história da igreja prova que depois da ascensão do Senhor Jesus houve muitos que falsamente se proclamaram ser Cristo. Por isso o Senhor quer que os seus saibam que embora muitos falsamente se proclamarão como Cristo e embora haja notícias de guerra e tumultos, o fim não será logo.
"Então lhes disse: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino; e haverá em vários lugares grandes terremotos, e pestes e fome; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu. Mas antes de todas essas coisas vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzIndo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome." (versos 10 a 12). Tudo isto foi cumprido na era apostólica; como os discípulos foram presos, perseguidos, flagelados, encarcerados - e como eles foram levados diante dos reis e dos príncipes.
"Isso vos acontecerá para que deis testemunho." (verso 13). Eles então sofreram para que tivessem a oportunidade de testemunhar. Como eles de fato testificaram nas sinagogas. Como Paulo testificou diante de Felix e também diante dos que estavam em Roma.
"Proponde, pois, em vossos corações não premeditar como haveis de fazer a vossa defesa; porque eu vos darei boca e sabedoria, a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir nem contradizer. E até pelos país, e irmãos, e parentes, e amigos sereis entregues; e matarão alguns de vós; e sereis odiados de todos por causa do meu nome. Mas não se perderá um único cabelo da vossa cabeça." (versos 14 a 18). Aqui o Senhor profetisa o que eles experimentariam mais tarde.
"Pela vossa perseverança ganhareis as vossas almas." (verso 19). Neste último assunto, os discípulos são responsabilizados. Quando todos estes sofrimentos e perseguições vierem sobre eles, eles precisam manter sua perseverança. E assim eles ganharão suas almas.
Aqui este assunto de ganhar nossas almas significa nada mais do que reinar com Cristo e gozar na glória juntos quando da volta do nosso Senhor. Porque se ganhar nossas almas significasse o mesmo que termos vida eterna, então o que é dito aqui no verso 19 ("Pela vossa ... ") seria totalmente incompreensível. Por crer, alguém pode ter a vida eterna; e então ele é salvo. Mas no verso 19 nos é dito que para alguém ganhar a sua alma a pessoa deve suportar com perseverança todos estes sofrimentos.

João 12:25


"Quem ama a sua vida, perdê-la-á; e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna." - O Senhor nos diz que alguém pode perder sua alma pela simples razão de amar sua própria alma.
O que significa amar nossa alma? É satisfazer todos os nossos desejos e agradar todas as nossas paixões. Se o Senhor, por exemplo, nos chama para deixar de fazer uma certa coisa, precisamos pôr de lado a nós mesmos e então obedecer ao Senhor. Todas as vezes que o obedecemos, devemos nos pôr de lado. Não teremos sucesso em buscar obedecer a vontade do Senhor se amamos nossas próprias almas. Como um exemplo a mais, o Senhor poderia querer que abandonássemos esta coisa ou aquela pessoa que carinhosamente amamos. Continuaríamos a segui-Lo se amassemos nossas almas? Quão freqüentemente somos apegados a uma pessoa ou a uma coisa a ou uma questão. Muitos são cercados por amigos; eles recusam deixar suas almas caminharem insatisfeitas.
Não precisamos mencionar muitas coisas obviamente erradas pois somos bem conscientes de que elas são pecaminosas. Mas as coisas as quais normalmente tiramos grande prazer são coisas sobre as quais somos insensíveis como se fossemos apegados a elas. Sabemos que dinheiro é uma palavra muito ignóbil para ser mencionada; ainda assim quantas pessoas há que não desejam ter parte com ele! Um vestido ou uma deliciosa iguaria pode enlaçar uma pessoa.
Porque é tão duro para o homem não amar sua própria alma? Porque por não amar sua alma, ele deliberadamente a faz sofrer. Amar sua alma é não deixá-la sofrer. No entanto por amá-la, a pessoa invariavelmente a perderá. Porque ela já terá cedido para sua alma os excessivos desejos e desfrutes.
Quando a alma sofrerá perda? No tempo em que o Senhor estabelecer o reino. Qualquer um que amar sua alma nesta era não estará apto para desfrutar da glória com o Senhor no tempo futuro. Cremos que tanto a possessão da vida eterna bem como a entrada no céu são assuntos certos e positivos. Mas com relação ao assunto do reinar no reino milenar e experimentar futuro desfrute na alma - isto requer que não amemos nossas almas hoje.
Afirmei antes e afirmarei novamente agora que assim como Deus coloca diante do pecador o céu ou o inferno para que ele escolha (e se o pecador pode ver claramente ele sem dúvida escolherá o céu), Deus também coloca o reino e o mundo diante do cristão para que ele escolha. Escolhemos o reino? Ou escolhemos o mundo? Quão triste é que o pecador goste de escolher o céu, ao passo que um grande número de cristãos prefere ter o mundo! Muitos de nós pensamos que ser salvo é suficiente; no entanto vamos perceber que depois que nascemos de novo Deus coloca o futuro reino diante de nós para escolhermos.
Aquele que está satisfeito agora perderá a satisfação na glória e não desfrutará mais. "Quem ama a sua vida, perdê-la-á" declara o Senhor, "e quem neste mundo odeia a sua vida, guardá-la-á para a vida eterna". - Quão intimamente enlaçada está a nossa alma ao mundo! Amar a alma neste mundo é gratificar-se a si mesmo neste mundo. Comer e se vestir bem, ter muitos amigos e fãs, e gozar de fama e louvores entre homens - tudo é desejável mas fazem alentar a alma! No entanto aquele que alenta sua alma agora a perderá no reino.
Perder a alma não é ir para o inferno fazendo com que a alma sofra mas é não poder reinar com o Senhor. Durante a era do reino o Senhor determinará dez cidades ou cinco cidades para seus discípulos governarem. De acordo com as profecias do Velho Testamento, esta será a era dourada. Como será muito bom e agradável governar sobre dez ou cinco cidades ao mesmo tempo! No entanto aquele que tiver ganhado sua alma neste mundo perderá sua alma neste aspecto durante a era do reino. Quão importante deve ser isto! Todo aquele que está satisfeito nesta era - o que significa dizer, todo aquele que tem sua alma satisfeita agora - não terá nada no reino. Eu disse muitas vezes e continuarei a dizer: aquele que odeia sua própria alma nesta era - que quer dizer não permite que sua alma seja satisfeita e gratificada nesta era mas ao invés disto vira as costas para o mundo e volta a sua face para Deus e sempre se arma do desejo de sofrer -ganhará sua alma no reino; mas aquele que ganha deste lado perderá do outro lado. Todo aquele que possui hoje não possuirá nada no futuro. Para se ganhar no futuro, se deve perder alguma coisa hoje.
Ser salvo e ter a vida eterna é definitivo porque todo crente entrará na Nova Jerusalém. Mas depois que o velho céu e terra tiverem passado, alguns crentes não participarão do reino, porque somente "quem neste mundo odeia a sua vida (alma), guardá-la-á para a vida eterna". Vamos notar que o Senhor odeia duas coisas: primeira, Ele odeia nosso pecado; e segunda, Ele odeia nossa alma - o que equivale dizer, nossa vida da alma. Porque Ele odeia nossos pecados, Ele morreu por nós para que crendo Nele possamos ter a vida eterna. E porque Ele odeia nossa vida da alma, ele nos livrará desta nossa vida da alma (por favor, note, não nos livrará da nossa alma nem de suas funções), para que possamos entrar no reino.
Aqui se encontra a diferença entre a alma e o pecado; o que a alma ama pode não ser pecado. Mentira, orgulho, ciúme, e coisas como estas são sem dúvida pecados; mas vestir extravagantemente e comer exageradamente são ações que pertencem à alma. Vestir luxuosamente, comer comidas finas e gastar levianamente podem não ser rotulados como pecados, mas eles certamente dão oportunidade para a alma desfrutar lascivamente.
Madame Guyon no século 17 era muito profunda no Senhor. Ela viu claramente a diferença entre pecado e alma. Embora ela não tenha explicado da mesma forma, contudo sua experiência confirma esta diferença. Ela nasceu e foi criada na França, e sua família instalou-se no círculo da nobreza. Então todas as vezes que ela ia à Paris ela ficava cheia de medo de que seu interior fosse comovido pelo que via lá. Mais tarde Madame Guyon teve vitória completa sobre estas tentações. No entanto ela teve outro temor, que era o de se olhar no espelho; porque ela era uma mulher tão bonita, que quanto mais ela se olhava no espelho mais ela estava consciente de sua beleza. Até o modo como ela se comportava enquanto andava era muito mais esquisito do que as outras mulheres. Certamente hoje em dia, a experiência desta mulher serve para ilustrar a vida da alma. A alma é a natureza verdadeira do homem.
Por crer no Senhor e vencer os pecados, o homem pode entrar no céu. Mas pela purificação da alma pondo de lado a sua vida (alma), o homem pode entrar no reino. A razão pela qual Deus não quer que nos vistamos muito extravagantemente, comamos muitas iguarias, ou vivamos muito luxuosamente nesta era é porque Ele não quer que sejamos contaminados pelo mundo, porque tudo isto está infectado por ele (o mundo). Como é fácil para nós cairmos no molde deste mundo através da forma como vestimos ou comemos ou moramos. Mas quando o reino vier, poderemos muito mais plenamente apreciar as belezas da natureza na medida em que elas somente nos farão louvar mais o poder criativo de Deus. Sim, naquele dia em que pudermos até apreciar-nos as nós mesmos, porque daremos conta de que o que nos tornamos é resultado da salvação de Deus – e isto tirará de nós mais louvores a Ele. No Reino Satanás estará atado e aprisionado e a justiça reinará sobre a terra.
Quando o Filho de Deus estava na terra, a cruz era a única coisa que ele tinha como propriedade; todo o resto Ele tomou emprestado. A manjedoura era emprestada, a moradia era emprestada, o asno sobre o qual ele entrou em Jerusalém era emprestado, a sala onde Ele comeu a páscoa era emprestada, e finalmente o túmulo no qual ele foi sepultado era emprestado. Todas as coisas no mundo exceto a cruz era tomado emprestado pelo Senhor. Entretanto como somos muito diferentes dEle!
É certo que todo aquele que vence o pecado entra no céu e todo aquele que vence o mundo entra no reino. Deus nos chama para abandonarmos o mundo e buscar o reino, odiar a nossa própria vida e amar o reino.

Hebreus 10:38 e 39


"Mas o justo viverá da fé" (Verso 38a). O justo aqui é aquele que crê no Senhor Jesus e é salvo: pessoas como você e eu. Viver pela fé significa que o pecador salvo deve viver dia a dia pela fé.
"E se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele." (verso 38b). O "ele" aponta para o justo mencionado antes. Somente o crente tem a possibilidade de recuar. Este justo que já é salvo pode recuar. A palavra "minha" se refere a Deus, porque Deus não tem prazer por uma pessoa justa que recua.
"Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma." (verso 39). Para qual dimensão este recuará? Nós os que cremos nunca pereceremos pois já temos a vida eterna; no entanto existe a possibilidade de recuarmos para a perdição. O que é, então, a perdição? Não significa que nos tornemos não salvos; entretanto, significa uma perda de todas as coisas, o ser fendido até o alicerce e ter todas as coisas abaladas. "Mas daqueles que crêem para a conservação (ganho) da alma." - Aqui novamente a Bíblia fala da ganhar (salvar) a alma, e uma vez mais a escolha é posta diante de nós. Podemos nos retirar para a perdição ou nos pressionar para a salvação da alma.
Algumas pessoas consideram a frase "recuar para a perdição" como muito desagradável, e por isso elas afirmam que tais palavras não se aplicam aos cristãos. Entretanto somente os cristãos podem recuar para a perdição; os pecadores estão atrás e tão distantes que se pode corretamente perguntar: Para onde mais eles podem recuar? Todos os que não crêem no Filho já estão condenados. Somente os cristãos têm a possibilidade de recuarem para a perdição. O que um crente faz na terra deverá ser recompensado. Contudo, se ele recuar, ele sofrerá perda. Mesmo que ele tenha pregado no nome do Senhor, expulsado demônios no nome do Senhor, e feito muitas maravilhas e milagres em nome do Senhor, o Senhor não o reconhecerá mas ao contrário Ele lhe dirá, "Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade." (Mateus 7:23).
"Nós, porém, não somos daqueles que recuam para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma." (verso 39). A salvação da alma é devida à fé. Que tipo de fé? O que significa ter fé para a salvação da alma? Vamos ler Hebreus 11, que declara: "Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem." (verso 1). Isto é a fé que salva a alma, a fé através da qual o justo vive: por favor, note que o capítulo 11 segue imediatamente depois do fim do capítulo 10 o qual estávamos estudando. Esta fé é "o firme fundamento das coisas que se esperam" e não fé de crer em Jesus. Esta fé é "a prova das coisas que não se vêem" e não a crença no Senhor Jesus Cristo. Muitas vezes o apóstolo João fala "aquele que crê no Filho tem a vida eterna" ele fala de crer no Senhor. No entanto aqui, a Bíblia fala sobre coisas que se esperam e não se vêem.
O que são estas coisas? Vamos ler adiante em Hebreus capítulo 11: 'Todos estes morreram na fé, sem terem alcançado as promessas; mas tendo-as visto e saudado, de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos na terra. Ora, os que tais coisas dizem, mostram que estão buscando uma pátria." (versos 13 e 14). Pode vê-la agora? Aqui nos é dito que tipo de fé é esta. É crer que Deus tem preparado uma cidade no reino para eles, é crer que neste mundo eles são nada mais que estrangeiros e peregrinos, é crer que sua pátria não está neste mundo, e é crer que sua herança esta no futuro e não nesta presente era. Esta cidade fortificada nunca cairá. Os justos crêem neste fato dia a dia, e eles dia a dia vivem por esta fé. E fazendo assim, a alma está sendo salva por esta fé. Que pena que muitos crentes se esquecem que eles são somente estrangeiros e peregrinos nesta era!

Tiago 1:17 a 21


"Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação. Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou pela palavra da verdade, para que fôssemos como que primícias das suas criaturas" (versos 17 e 18). O verso 17 fala da dádiva, enquanto que o verso 18 fala de como Deus nos gerou pela palavra da verdade para que fossemos um tipo de primícias das suas criaturas. Estes dois versos se completam. Porque o verso 17 fala de como Deus nos dá sua dádiva, e o verso 18 nos mostra que sua dádiva não é outra senão a vida eterna a qual Deus nos dá. Tudo isto indica que a pessoa que recebeu esta carta de Tiago já tinha esta dádiva, tendo sido gerada por Deus pela palavra da verdade - salvo para se tornar primícias.
"Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus. Pelo que, despojando-vos de toda sorte de imundícia e de todo vestígio do mal, recebei com mansidão a palavra em vós implantada, a qual é poderosa para salvar as vossas almas." (versos 19 a 21). Ao chamá-los "amados irmãos" Tiago sugere que todos eles são indivíduos salvos. O que ele tenta inculcar neles é que: vocês já nasceram de novo e vocês sabem disto, mas isto somente não é tudo já que vocês devem "receber com mansidão a palavra em vós implantada, a qual e poderosa para salvar as vossas almas" - Aqui ele nos mostra claramente que uma pessoa pode ter nascido de novo e a sua alma pode ainda não ser salva até que receba a palavra que é apta para salvar a alma. Por isso a salvação da alma é algo adicional depois da regeneração. (Sem regeneração, certamente, não há possibilidade de se ter a alma salva.) Deus nos dá esta palavra implantada a qual é o Evangelho do reino. Ele nos diz que precisamos perder nossa alma hoje. Como dissemos repetidamente, não podemos fazer nada; no entanto, se desejamos deixar o Espírito Santo trabalhar, Ele é bem apto para fazer todas as coisas.
Na realidade os princípios por traz do possuir a vida eterna e o da salvação da alma são os mesmos. Se o pecador não quer ser salvo, ele não será colocado no céu por Deus. De fato, "quem quiser, receba de graça a água da vida." (Apocalipse 22:17); mas aquele que se recusa a ir ao Senhor não tem como ser salvo. Igualmente, se não desejamos perder nossas almas, o Senhor não estará pronto para nos pôr no reino. A menos que pecamos ao Senhor que nos faça desejar perder nossa alma, Ele não pode fazer nada por nós.

1 Pedro 1:3 a 9


"Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que, segundo a sua grande misericórdia, nos regenerou para uma viva esperança, pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança incorruptível, incontaminável e imarcescível, reservada nos céus para vós," (versos 3 e 4). Por causa destes dois versos podemos estar seguros de que a pessoa que recebeu esta carta já era regenerada.
"Que pelo poder de Deus sois guardados, mediante a fé, para a salvação que está preparada para se revelar no último tempo;" (verso 5). Que tipo de fé é exposto aqui? É o mesmo tipo de fé mencionada em Hebreus 10:38 como sendo o viver pela fé. Embora eles já sejam salvos, eles ainda não possuem a salvação preparada para ser revelada no último tempo. É bom ser regenerado, mas isto ainda não é o suficiente a menos que ela seja acompanhada pela salvação preparada para ser revelada no último tempo.
"Na qual exultais, ainda que agora por um pouco de tempo, sendo necessário, estejais contristados por várias provações, para que a prova da vossa fé, mais preciosa do que o ouro que perece, embora provado pelo fogo, redunde para louvor, glória e honra na revelação de Jesus Cristo; a quem, sem o terdes visto, amais; no qual, sem agora o verdes, mas crendo, exultais com gozo inefável e cheio de glória," (versos 6 a 8). Estes versos explicam como, em vista da salvação a ser revelada no futuro, podemos nos regozijar grandemente com alegria no meio de ardentes tentações.
"Alcançando o fim da vossa fé, a salvação das vossas almas." (verso 9). Esta palavra fala claramente sobre salvação da alma. Pedro também confirma que a pessoa regenerada precisa receber outra salvação, que é a salvação da alma. Quando esta salvação será obtida? No último tempo, que começa com a aparição do Senhor Jesus sobre a terra. Para nós os salvos, o último destino é o mesmo, mas haverá diferenças no reino. Verdadeiramente somos salvos por crer no Senhor; no entanto adicionalmente nossa alma precisa ser salva.

I Pedro 2:11


"Amados, exorto-vos, como a peregrinos e forasteiros, que vos abstenhais das concupiscências da carne, as quais combatem contra a alma;" - As concupiscências da carne lutam contra a alma para bloquear a sua (da alma) salvação.

1 Pedro 2:25


"Porque éreis desgarrados, como ovelhas; mas agora tendes voltado ao Pastor e Bispo das vossas almas." - Devemos guardar este verso, sabendo que há um Pastor e Bispo das nossas almas.

Finalmente, podemos sugerir mais duas passagens das escrituras para serem consideradas:
(1) "Porque já e tempo que comece o julgamento pela casa de Deus; e se começa por nós, qual será o fim daqueles que desobedecem ao evangelho de Deus? E se o justo dificilmente se salva, onde comparecerá o ímpio pecador? Portanto os que sofrem segundo a vontade de Deus confiem as suas almas ao fiel Criador, praticando o bem." (I Pedro 4:17 a 19). Podemos verdadeiramente guardar a palavra de Deus. Já nos tornamos casa de Deus; e ainda assim o julgamento deve começar pela casa de Deus. Alguns dos justos são escassamente salvos! Por isso nós os que sofremos de acordo com a vontade de Deus vamos confiar nossas almas ao fiel Criador! Devemos ser muito determinados em não deixar nada para nossa alma nem buscar satisfazer seus desejos mas antes sofrer de acordo com a vontade de Deus.
(2) "Portanto, irmãos, procurai mais diligentemente fazer firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis. Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo." (II Pedro 1:10 e 11). Estas pessoas são chamadas de irmãos, indicando assim que elas já são nascidas de novo. No entanto, mais adiante se ressalta que elas precisam ser mais diligentes para assegurarem suas vocação e eleição. Ter a vida eterna é ter algo irremovível; mas no reino algumas pessoas podem ser removidas.
Vamos comparar estas duas frases - "dificilmente se salva" e "amplamente concedida a entrada no reino eterno do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo". Uma frase fala de uma pessoa como sendo apenas salva - há alguma coisa mais que ser somente nascido de novo. Não é como em um exame escolar onde 70 é a nota para aprovação, e o estudante depois que faz o exame tira exatamente 70 nem um ponto a mais. Espiritualmente falando, como é triste tal performance, porque isto pode ser visto como alguém que é simplesmente meio salvo. Ao contrário devemos ser aqueles que podem ter amplamente concedida a entrada no reino.
Precisamente aqui podemos usar uma história para ilustrar este ponto. Logo depois da grande guerra mundial na Europa, uma grande celebração teve lugar em Londres onde o número de espectadores superou qualquer coisa vista na história da cidade. A guerra tinha apenas acabado, e os soldados tinham retornado para casa para uma marcha triunfal. Eles foram recebidos calorosamente por toda a nação; e por toda parte em que os soldados passavam, havia grande aplauso e muito louvor. Porque no entendimento das pessoas, se não fosse a coragem destes soldados, a Inglaterra poderia não ter se salvado. Enquanto os soldados marchavam, a onda sonora dos aplausos e louvores seguia incessantemente. Fila após fila tinha passado até que subitamente houve uma explosão no ar com a tremenda onda de tão grande aplauso e louvor. Muitos que assistiam foram comovidos até as lagrimas. E em certo ponto a nobreza saudou e o rei tirou sua coroa. E porque? Porque imediatamente atrás das filas que marchavam vinham carregadores após carregadores de soldados que tinham perdido seus membros ou tinham sido terrivelmente feridos no corpo! Então quando estes homens feridos passaram, eles foram os que receberam a mais alta honra e maior louvor; porque os soldados que tinham marchado na frente dos mutilados e feridos tinham passado; mas a glória que eles receberam foi muitíssimo menor do que a que receberam os feridos.
A multidão dos que são apenas salvos entrará no céu no futuro, no entanto eles poderão não estar aptos para abundantemente entrar no reino de Deus. Mas para aqueles que sofreram na terra e abandonaram alguma coisa por amor a Cristo, estes receberão muito mais naquele dia como os soldados receberam muito mais durante a marcha triunfal em Londres: aplauso sonoro, mais alto louvor, e grande glória. Possamos cada um de nós sofrer por Cristo, para que coroas possam ser colocadas em nossas cabeças naquele dia. Mas para que isto aconteça, nossa alma precisa ser salva. Vamos ser mais pobres, vamos ser feridos, vamos sofrer mais e abandonar todas as coisas por amor ao Senhor. Que Deus possa nos abençoar.

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