Estudo Biblico - Restaurando os desertos da vida - Salmo 126



Estudo Biblico - Restaurando os desertos da vida - Salmo 126

A nossa tendência de sermos levados de roldão pelas crises da vida faz com que a vida, vez por outra, vá se tornando um verdadeiro deserto. De repente, vamos perdendo o viço, o nosso mundo vai ficando árido, causticante e o cenário de nossa vida vai tomando a fisionomia do ermo, da terra fissurada pelo calor. O terreno do nosso existir em nada se assemelha a um jardim florido; ao contrário, muito se assemelha a um lugar esquecido, sem vida, onde parece que Deus evaporou-Se com o resto de vida que havia.

Este fato um dia se deu com o salmista do salmo 126. O versículo de nº 4 nos mostra de modo explícito essa situação vivida pelo mesmo. O deserto do Neguebe tornara-se o retrato do seu mundo interior, a topografia da sua alma. Caminhar no deserto era o mesmo que incursionar na sua própria história.

Mas, o que fazer quando a nossa vida se torna um deserto? O que fazer quando tudo ao nosso lado descreve o cenário árido de nossa própria agonia? O salmista descobriu algumas verdades maravilhosas da graça de Deus, já esquecidas, e que são suficientemente fortes para restaurar os desertos de nossa vida.

1. O que Deus fez no passado é o mínimo que Ele pode fazer por nós no presente. O que isto significa? Significa que as grandes bênçãos do passado são medidas de bênção para nós no presente. É interessante como os versos 1-3 só apresentam verbos conjugados no passado. Por que? Porque os nossos desertos são assim: têm o poder de tornar as nossas mentes cativas do passado, de nos tornar cidadãos do ontem, de nos fazer conjugar a vida sempre na perspectiva do que passou, de nos fazer olhar para a graça de Deus como um álbum de fotos envelhecidas. Não obstante, a Palavra de Deus nos diz que o salmista descobriu esta grande verdade: o que Deus fez no passado é o mínimo que ele pode fazer por no presente. O mesmo Deus que havia restaurado o povo um dia (v. 1), era o Deus que os podia restaurar hoje (v. 2). Isto era o mínimo que Deus podia fazer no presente, o que Ele havia feito no passado.

2. Todo Deserto, quando invadido pela graça de Deus, se torna em manancial de bênçãos. "...como as correntes no Neguebe" (v. 4). O Neguebe era um deserto; vez por outra, quando invadido pelas águas que desciam dos montes do sul da Palestina, tornava-se um lindo manancial de vida. A água que descia trazia vida ao deserto, que aos poucos ia cedendo lugar a um jardim florido. O salmista olha para o Neguebe florido e encontra o seu paralelo na graça de Deus: todo Deserto (por pior que seja), quando invadido pela graça de Deus, se torna em manancial de bênçãos. E nós precisamos crer nisso para ver os nossos desertos existenciais restaurados também. Nossa vida pode ser um deserto, um ermo sem brilho nem luz, mas quando invadida pela graça de Deus, ela se tornará um lindo jardim - manancial de bênçãos.

3. As grandes crises da vida são prenúncios de grandes milagres. "Os que com lágrimas semeiam, com júbilo ceifarão. Quem sai andando e chorando, enquanto semeia, voltará com júbilo, trazendo os seus feixes". O salmista descobriu que quando nós olhamos os nossos desertos na perspectiva do Deus restaurador, as nossas lágrimas, a nossa dor, todo o sofrimento tornam-se prenúncios de grandes bênçãos. Por mais que doa, por mais que insista o pranto, diante de Deus as nossas lágrimas são sementes que anunciam o tempo de um ceifar de grande alegria.
Quem sabe nós não estejamos vivendo, hoje, num imenso deserto, que nos fez perder a capacidade de esperar, de acreditar, tornando-nos cidadãos do ontem; ou quem sabe, vivemos nos alimentando de nossas próprias lágrimas, pelo fato de não vermos nada para além da dor e da agonia. Hoje somos desafiados a olhar para o Deus do Salmo 126, para contemplarmos essas maravilhosas verdades que são capazes de restaurar os desertos de nossas vidas.

Creiamos nisto.

Rev. José Kleber Fernandes Calixto
IP do Sertãozinho, MG


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