AUTORIDADE E SUBMISSÃO - Exemplos de rebeldia no Antigo Testamento.

A QUEDA DE ADÃO E EVA

E lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não come­rás; porque no dia em que dela comeres, cer­tamente morrerás (Gn. 2:16-17).
Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: Ê assim que Deus dis­se: Não comereis de toda árvore do jardim? Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais. Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis, conhecedores do bem e do mal. Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos, e árvore desejável para dar enten­dimento, tomou-lhe do fruto e comeu, e deu também ao marido, e ele comeu (Gn. 3:1-6).
Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores (Rm. 5:19).

A queda do homem devido à desobediência

Vamos recapitular a história de Adão e Eva conforme registrada em Génesis, capítulos 2 e 3. Depois que Deus criou Adão, encarregou-o de algumas coisas; entre estas estava a ordem de não comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. O ponto crucial dessa recomenda­ção foi mais do que a proibição de comer certo fruto; antes, significava que Deus estava colocan­do Adão sob autoridade para que aprendesse a obedecer. De um lado, Deus colocou todas as coi­sas criadas na terra sob a autoridade de Adão pa­ra que ele as dominasse; mas, por outro lado, Deus colocou o próprio Adão debaixo de sua autoridade para que ele pudesse obedecer à au­toridade. Só aquele que está debaixo de auto­ridade  pode  constituir  uma  autoridade.
De acordo com a ordem da criação divina, Deus criou Adão antes de criar Eva. Colocou Adão em posição de autoridade e Eva sob a autoridade de Adão. Estabeleceu os dois: um como autorida­de e o outro em submissão. Tanto na velha como na nova criação, esta ordem de prioridades cons­titui a base da autoridade. Todo aquele que for criado primeiro é a autoridade; todo aquele que for salvo primeiro será a autoridade. Portanto, onde quer que vamos, nosso primeiro pensamen­to deve ser o de descobrir quem são aqueles aos quais Deus quer que nos sujeitemos. Podemos en­contrar a autoridade em qualquer lugar e apren­der a obedecer à autoridade a qualquer hora.
A queda do homem deve-se à desobediência à autoridade de Deus. Em lugar de obedecer a Adão, Eva tomou sua própria decisão ao verificar se o fruto era bom e agradável à vista. Ela descobriu a cabeça. Ao comer o fruto não o fez em sujeição, mas de sua própria vontade. Além de transgre­dir a ordem de Deus também desobedeceu a Adão. Rebelar-se contra a autoridade represen­tativa de Deus é o mesmo que rebelar-se contra Deus. Ao dar ouvidos à Eva e comer do fruto proibido, Adão pecou contra a vontade direta de Deus; portanto ele também desobedeceu à autoridade de Deus. Isto também foi rebeldia.

Todo trabalho deve ser prestado em obediência

Eva não foi colocada só sob a autoridade de Deus, mas também, na ordem divina, sob a auto­ridade de Adão. Ela tinha de obedecer a uma autoridade dupla. E a nossa posição hoje em dia não difere disso. Eva, vendo que o fruto era bom para se comer, comeu-o sem perguntar a quem estava obedecendo. Mas, desde o princípio Deus ordenara ao homem que obedecesse e que não fizesse a sua própria vontade. A atitude de Eva, entretanto, não foi governada pela obediência; foi iniciativa de sua própria vontade. Ela não se sujeitou à ordem divina, nem obedeceu à auto­ridade de Deus. Pelo contrário, tomou sua pró­pria decisão. Rebelou-se contra Deus e caiu. Toda atitude que implica desobediência constitui uma queda, e qualquer atitude de desobediência é rebeldia.
Conforme a obediência de um homem vai cres­cendo, suas ações decrescem. Quando começamos a seguir o Senhor ficamos cheios de atividade, mas bastante falhos na obediência. Mas, conforme avançamos em espiritualidade, nossas ações gradualmente diminuem até que ficamos cheios de obediência. Muitos, entretanto, fazem o que gostam e recusam-se a fazer o que não gostam. Jamais meditam sobre se estão agindo em obediência. Por isso muito trabalho passa a ser executado pelo ego e não em obediência a Deus.

Certo ou errado, está na mão de Deus

A ação do homem não deve ser governada pelo conhecimento do bem ou do mal; deve ser motivada pelo senso de obediência. O princípio do bem e do mal é viver de acordo com o que é certo ou errado. Antes de Adão e Eva comerem do fruto proibido, o que era certo e errado para eles estava na mão de Deus. Se não vivessem diante de Deus, não saberiam nada, pois o que era certo e errado para eles se encontrava real­mente no próprio Deus. Consequentemente, de­pois da queda os homens não precisaram mais descobrir em Deus o senso do certo e do errado, Já o tinham neles mesmos. Este foi o resultado da queda. A obra da redenção é levar-nos de volta ao lugar onde encontramos o que é certo ou errado para nós em Deus.

Os cristãos devem obedecer à autoridade

Não existe nenhuma autoridade que não pro­ceda de Deus; todas as autoridades foram insti­tuídas por ele. Quando procuramos encontrar a fonte de toda autoridade, encontramo-la invaria­velmente em Deus. Deus está acima de toda autoridade, e todas as autoridades estão debaixo dele. Quando entramos em contato com a auto­ridade de Deus, entramos em contato com o pró­prio Deus. A obra de Deus se efetua basicamente não pelo poder mas pela autoridade. Ele mantém todas as coisas pela poderosa palavra de sua au­toridade, exatamente como as criou pela mesma palavra. Sua palavra de ordem é autoridade. Nós não sabemos como a autoridade de Deus ope­ra; não obstante, sabemos que ele realiza tudo através dela.
O amado servo de um centurião estava doente. O centurião sabia que se encontrava sob autori­dade e em autoridade sobre outros. Por isso pediu ao Senhor que apenas dissesse uma palavra, crendo que a cura se efetuaria — pois toda a autoridade não se encontra na mão do Senhor? Ele creu na autoridade do Senhor. Não nos causa admiração que o Senhor elogiasse a sua grande fé: "Em verdade vos afirmo que nem mesmo em Israel achei fé como esta" (Mt. 8:10). Entrar em contato com a autoridade de Deus é o mesmo que entrar em contato com Deus. Hoje em dia o universo está cheio de autoridades estabele­cidas por Deus. Tudo se encontra sob sua auto­ridade. Sempre que uma pessoa peca contra a autoridade de Deus peca contra Deus. Todos os cristãos devem, portanto, aprender a obedecer à autoridade.



A primeira lição que um obreiro tem de aprender é obediência à autoridade

Estamos sob a autoridade dos homens como também   temos homens sob nossa autoridade. Esta é a nossa posição. Até mesmo o Senhor Jesus na terra não só se encontrava sob a auto­ridade de Deus mas também sob a autoridade de outros. A autoridade se encontra em toda parte. Há autoridade na escola, há autoridade no lar. O guarda na rua, embora talvez tenha menos instrução que você, foi estabelecido por Deus como autoridade sobre você. Sempre que alguns irmãos em Cristo se reúnem, imediata­mente estabelece-se uma ordem espiritual. Um obreiro cristão deveria saber quem está acima dele. Alguns não sabem quais são as autoridades que estão acima deles, por isso não obedecem. Não deveríamos nos preocupar com o certo e o errado, com o bem ou o mal; antes, deveríamos saber quem é a autoridade sobre nós. Quando ficamos sabendo a quem devemos estar sujeitos, naturalmente encontramos nosso lugar no corpo. Quantos cristãos hoje em dia não têm a menor ideia do que seja submissão. É por isso que exis­te tanta confusão e desordem. Por causa disto, a obediência à autoridade é a primeira lição que um obreiro deveria aprender; e também ocupa um grande lugar no trabalho propriamente dito.

A obediência deve ser recuperada

Desde a queda de Adão prevalece a desordem no universo. Cada um pensa que é capaz de dis­tinguir o bem do mal e julgar o que é certo e o que é errado. Pensam saber melhor do que Deus. Isto é a loucura da queda. Temos de ser libertos de tal engano, porque nada mais é que rebeldia.
Nosso conceito de obediência é tristemente ina- dequado. Alguns parecem pensar que sua obediência é perfeita e total quando obedecem ao Senhor no batismo. Muitos jovens estudantes consideram injustiça a ordem divina de obedecer aos professores. Muitas esposas consideram uma crueldade total a ordem divina de ficarem su­jeitas a maridos difíceis. Inúmeros cristãos estão vivendo hoje em dia em um estado de rebeldia; não aprenderam nem a primeira lição de obe­diência.
A sujeição que a Bíblia ensina relaciona-se com a sujeição às autoridades estabelecidas por Deus. Como era superficial a antiga apresentação da obediência! A obediência é um princípio funda­mental. Se esta questão da autoridade permane­cer sem solução, nada pode ser resolvido. Assim como a fé é o princípio pelo qual obtemos vida, a obediência é o princípio pelo qual a vida é vivida. As divisões e desentendimentos frequentes dentro da igreja brotam da rebeldia. A fim de recuperar a autoridade, a obediência tem de ser primeiramente restaurada. Muitos têm cultivado o hábito de assumir o papel de cabeça, mas nem sequer aprenderam a obedecer. Por isso temos de aprender uma lição. Que a obediência seja a nossa primeira reação. Deus não nos tem privado de nada no que se refere à autoridade. Ele já nos demonstrou como ficar sujeitos a ambas, a auto­ridade direta e indireta. Muitos declaram que sabem como obedecer a Deus, mas na realidade nada sabem sobre a obediência à autoridade de­legada. Considerando que todas as autoridades vêm de Deus, temos de aprender a obedecer a to­das elas. Os problemas que enfrentamos nos dias de hoje devem-se ao fato de viverem os homens fora da autoridade de Deus.


Nenhuma unidade no corpo sem a autoridade da cabeça

Deus está operando na recuperação da uni­dade do corpo. Mas para que isto se realize é preciso que primeiro receba a vida da Cabeça, seguida da autoridade da mesma. Sem a vida da Cabeça não pode haver corpo. Sem a autoridade da Cabeça não pode haver unidade do corpo. Pa­ra manter a unidade do corpo temos de permi­tir que a vida da Cabeça governe.
Deus quer que obedeçamos às autoridades de­legadas por ele assim como a ele. Todos os mem­bros do corpo deveriam se sujeitar uns aos ou­tros. Quando isto acontece, o corpo é unido em si mesmo e com a Cabeça. Quando a autoridade da Cabeça prevalece, a vontade de Deus se rea­liza. Assim a igreja se torna o reino de Deus.

Algumas lições sobre obediência

Mais cedo ou mais tarde, aqueles que servem a Deus tomam consciência da autoridade no uni­verso, na sociedade, no lar, na igreja. Como al­guém pode servir e obedecer a Deus, se jamais entrou em contato com a autoridade de Deus? Isto é mais do que uma questão de ensino ou doutrina, pois o ensino pode ser abstraio. Alguns acham que é muito difícil saber como obedecer à autoridade, mas se conhecemos a Deus a di­ficuldade se evapora. Não existe ninguém que possa obedecer à autoridade divina sem que a misericórdia de Deus esteja sobre ele. Vamos, portanto, aprender algumas lições:

1.  Tenha um espírito de obediência.

2.  Pratique a obediência. Alguns indivíduos são como os selvagens que simplesmente não conse­guem obedecer. Mas aqueles que são educados não se sentem embaraçados onde quer que sejam colocados. Naturalmente vivem a obediência.

3.  Aprenda a exercer a autoridade concedida. Aquele que trabalha para Deus não só precisa aprender a obedecer à autoridade mas também deve aprender a exercer a autoridade que lhe foi concedida por Deus na igreja e no lar. Quando você aprende a ficar sob a autoridade de Deus, você não se considera mais nada, mesmo que Deus lhe confie muito.
Alguns só aprendem a obedecer e fracassam no que se refere ao exercício da autoridade quando são enviados a algum lugar a fim de trabalhar. É preciso aprender a ficar sob a autoridade e também em posição de autoridade. A igreja sofre porque muitos não sabem obedecer, mas também é igualmente prejudicada através de alguns que não aprenderam a ficar em posição de auto­ridade.

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