“O DIA EM QUE OS CORAJOSOS SUMIRAM E OS MEDROSOS APARECERAM”

TEMA: Coragem
PROPOSIÇÃO: A falta de coragem gera improdutividade e perca de oportunidades.
PROPÓSITO: Motivar o desenvolvimento da coragem.
TEXTO           : João 19.32-42

INTRODUÇÃO
Contraste é uma diferença acentuada entre duas coisas (ou pessoas).
A bíblia é um livro de contrastes:
- A sabedoria de Deus é loucura para os homens que se consideram sábios;
- O justo é condenado enquanto os pecadores são perdoados;
- O sofrimento faz bem e é útil;
- “Os último serão os primeiros”;

Um contraste interessante é a diferença entre a atitude de Nicodemos e José de Arimatéia e a dos apóstolos de Jesus na ocasião da Sua morte. Este é o contraste entre o antes e o depois destes dois grupos – os dos discípulos públicos e dos discípulos ocultos.

Os públicos se ocultaram e os ocultos se revelaram ou pularam para o palco ficando sob as luzes enquanto os que estavam no palco sob as luzes procuraram um lugar escuro para se esconder. Vamos refletir sobre um dia específico na história bíblica em que os corajosos sumiram e os medrosos apareceram.

I.          OS CORAJOSOS SUMIRAM
Quais foram os corajosos que sumiram?
Se você respondeu os apóstolos, sua resposta está certa.

Mas logo os apóstolos?! Sim, os apóstolos.
Em várias ocasiões demonstraram coragem. Por atitudes e palavras. Exemplos:
- Quando atenderam ao chamado de Jesus e por isso deixaram tudo para segui-lo.
- Palavras de Tomé – João 11.16;
- Palavras de Pedro – João 13.37.

Mas, na hora em que mais Jesus precisou deles, e sobre a qual eles afirmavam estar preparados, sumiram:
- Pedro – João 18.17, 25, 27.
- Os outros – João 20.19.
- Mateus 26.56 – “... Então todos os discípulos o abandonaram e fugiram”.

Cadê os corajosos? Aqueles que antes podiam ser vistos publicamente, e à luz do dia andando com Jesus para lá e para cá? Aqueles que disseram que por Ele dariam até suas vidas?

Por três anos eles estiveram destemidamente acompanhando Jesus a qualquer lugar onde fosse, mesmo que isto representasse perigo.
Mas, houve uma ocasião na história em que eles sumiram. Os corajosos sumiram. E quando os corajosos sumiram...

II.        OS MEDROSOS APARECERAM
Quem eram esses medrosos?
Dois homens: José de Arimatéia e Nicodemos.

José de Arimatéia e Nicodemos eram medrosos.
Nicodemos era um fariseu, um líder religioso da época. João 3.1 diz que ele era “... uma autoridade entre os judeus” ou membro do Sinédrio.

Nicodemos foi ter com Jesus “à noite” (João 3.2). Embora o texto original não diga isso, muitos entendem que isso foi porque ele temia seus colegas líderes religiosos. Era o cuidado para permanecer no anonimato, oculto.

Muma outra ocasião ele esboçou alguma coragem, mas se calou quando foi ridicularizado (João 7.45-53).

João 7.50-52 50 “Nicodemos, um deles, que antes tinha procurado Jesus, perguntou-lhes: 51 ‘A nossa lei condena alguém, sem primeiro ouvi-lo para saber o que ele está fazendo?’ 52 Eles responderam: ‘Você também é da Galiléia? Verifique, e descobrirá que da Galiléia não surge profeta’”.

José de Arimatéia A primeira vez que João refere-se a ele o faz com as seguintes palavras: “... José era discípulo de Jesus, mas o era secretamente, porque tinha medo dos judeus” (João 19.38).

Todos sabiam que ele havia sido medroso, porque ocultara sua fé.
O que explica tal ocultação? Veja João 12.42-43.

João 12.42-43 “Ainda assim, muitos líderes dos judeus creram nele. Mas, por causa dos fariseus, não confessavam a sua fé, com medo de serem expulsos da sinagoga; 43 pois preferiam a aprovação dos homens do que a aprovação de Deus”.

José de Arimatéia e Nicodemos eram medrosos. Mas, a história destes dois não termina assim. Eles tornaram-se corajosos!
No momento mais crítico da história de Jesus, os corajosos sumiram, e os medrosos apareceram – e foi justamente Nicodemos e José de Arimatéia.

João 19.38-42
38 Depois disto, José de Arimatéia, que era discípulo de Jesus, ainda que ocultamente pelo receio que tinha dos judeus, rogou a Pilatos lhe permitisse tirar o corpo de Jesus. Pilatos lho permitiu. Então, foi José de Arimatéia e retirou o corpo de Jesus. 39 E também Nicodemos, aquele que anteriormente viera ter com Jesus à noite, foi, levando cerca de cem libras de um composto de mirra e aloés. 40 Tomaram, pois, o corpo de Jesus e o envolveram em lençóis com os aromas, como é de uso entre os judeus na preparação para o sepulcro. 41 No lugar onde Jesus fora crucificado, havia um jardim, e neste, um sepulcro novo, no qual ninguém tinha sido ainda posto. 42 Ali, pois, por causa da preparação dos judeus e por estar perto o túmulo, depositaram o corpo de Jesus.

Este fato foi tão importante que os 04 evangelhos o registraram. (Veja depois: Mt 27:57-61; Mc 15:42-47; Lc 23:50-56)

 Gráfico que representa a mudança:




Para onde iria o corpo de Jesus se José de Arimatéia e Nicodemos não aparecessem?
Privação de sepultamento era uma tragédia e grande desonra para os judeus. Talvez José e Nicodemos foram motivados por este fato.

Aparentemente os romanos deixavam os corpos na cruz para apodrecerem. Se José de Arimatéia e Nicodemos não tivessem feito o que fizeram, o corpo de Jesus poderia ter se deteriorado consideravelmente antes do fim do sábado (se não fosse tirado antes do por do sol da sexta, só poderia ser tirado depois do por do sol do sábado), pouco mais que 24 horas após sua morte. Ou ter sido lançado em algum lugar, ou até ter sido queimado.

No dia em que foram buscar o corpo de Jesus, suas vidas e posições foram abnegadas.
Marcos 15.43 diz que José de Arimatéia era “... membro de destaque do Sinédrio”.

Foi justamente o sinédrio que havia condenado Jesus. Porém, não obteve o voto de José para tanto. José “... não tinha consentido na decisão e no procedimento dos outros” (Lucas 23.51).

José “... dirigiu-se corajosamente a Pilatos e pediu o corpo de Jesus”. (Marcos 15.43)
José deixou o medo e corajosamente enfrentou o perigo de rejeição e perda de posição para fazer algo pelo Mestre. E Nicodemos (seu colega no Sinédrio) foi junto.

- Nada tocou mais José de Arimatéia e Nicodemos do que o evento da crucificação.
- Nada inspirou mais coragem neles do que a exibição de coragem do Mestre naquela ocasião.

A coragem é contagiante! Se você viver o cristianismo corajosamente, estará incentivando e influenciando outros a fazerem o mesmo.

Mas, o medo também é contagiante.
Imaginemos a cena de José de Arimatéia entrando na sala de Pilatos com expressão firme e decidida pedindo o corpo de Jesus – risos, críticas, assombro, etc.

Ele comprou um lençol.
Marcos 15.46 “Então José comprou um lençol de linho, baixou o corpo da cruz, envolveu-o no lençol e o colocou num sepulcro cavado na rocha”.

Ele doou seu túmulo novo.
Mateus 27.57-60 “Ao cair da tarde chegou um homem rico, de Arimatéia, chamado José, que se tornara discípulo de Jesus. 58 Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus, e Pilatos ordenou que lhe fosse entregue. 59 José tomou o corpo, envolveu-o num lençol limpo de linho 60 e o colocou num sepulcro novo, que ele havia mandado cavar na rocha. E, fazendo rolar uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro, retirou-se”.

Eles prepararam de forma especial o corpo de Jesus.
No processo de sepultamento, o corpo era lavado, ungido, enrolado em faixas de linho, preservado com especiarias.
A quantidade de mirra e aloés era extraordinariamente grande – semelhante à quantidade usada para preparar corpos de reis para o sepultamento.
Jesus foi sepultado como um rei por estes dois homens.

Quais as reflexões de José de Arimatéia e Nicodemos ao preparar o corpo de Jesus para o sepultamento?
Esta é sempre uma boa ocasião para pensar. Quem já teve que fazer esta ingrata tarefa com algum parente ou amigo, sabe bem disso.
Que grande amor!
Podemos imaginar José pensando,
- Jesus era Puro e Santo e eu um pecador. Que vergonha ter vergonha dEle! (Será que algumas lágrimas correram de seus olhos?)
- O melhor morreu como pior.  E eu que nada sou, ocultando-me para não perder minha posição entre ou homens. Que vergonha!
- Eu não mereço o seu perdão! Como Ele pode me amar assim?

As mãos que enxugaram o sangue que havia jorrado na face de Jesus, não foram as calejadas mãos de pescadores, mas mãos de peles finas de homens de posição no judaísmo.

As mãos que recolheram os pães e peixes nas duas multiplicações... Que puxou a espada e decepou a orelha de Malco... Que prepararam a última ceia... Que remaram para Ele... Que ajudaram os enfermos a aproximarem-se... Estavam ausentes.

Mas, quem imaginaria que as mãos que votavam no sinédrio... Se apoiavam em púlpitos luxuosos... Que assinava documentos importantes... Que cumprimentou várias vezes os que decidiram pela crucificação de Jesus... Foram as únicas mãos presentes naquela hora. Mãos arrependidas, mãos que mudaram de ofício, mãos transformadas pelo amor e poder do Mestre.

III.  APLICAÇÕES
Quais as implicações negativas de uma fé ou discipulado oculto?
É um passo para o pecado.
Me protege contra a prestação de contas.
Não há responsabilidade.

Marcos 8.38 “Se alguém se envergonhar de mim e das minhas palavras nesta geração adúltera e pecadora, o Filho do homem se envergonhará dele quando vier na glória de seu Pai com os santos anjos”.
Mateus 10.32-33 "Quem, pois, me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante do meu Pai que está nos céus. 33 Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante do meu Pai que está nos céus”.

Quais as implicações as positivas de uma fé ou discipulado confesso e público?
Me protege contra o pecado.
Me dá um senso de responsabilidade para com os que sabem de minha fé.

Você vai sumir ou aparecer na hora em que Jesus mais precisar de você? Será covarde ou corajoso? Podemos ver vários exemplos onde a corajem é necessário:
- Evangelismo – alguém ao seu lado está perdido e não sabe da seriedade deste fato. É hora de fazer a coragem crescer e aparecer por Jesus.
- Pecado – Um irmão ou irmã pecou e você foi testemunha deste fato – vai se esconder onde é mais seguro ou corajosamente corrigir este irmão ou irmã?
- Arrependimento – Você tem coragem de confessar seu pecado? Sabe que, às vezes, outras pessoas precisam ouvir para evitar cair no mesmo erro, ou para poder verdadeiramente lhe perdoar?
- Serviços – Alguém, ou alguma área da igreja precisa da sua ajuda? Você tem corajem de se comprometer, de ajudar?
- Exercício de Misericórdia – Será que temos medo de ajudar pessoas necessitadas porque podem depois não valorizar ou desperdicar a ajuda?
- Oferta e benevolência – Você tem medo de contribuir liberalmente e depois faltar alguma coisa na sua casa?

 O medo e a incredulidade impedem a ação e paralisam o discípulo. José de Arimatéia e Nicodemos eram ricos, mas nada fizeram por Jesus e pelo Reino de Deus até o dia em que perderam o medo.
Aí eles ofertaram
- primeiro suas vidas e posição social foram colocadas em segundo plano,
- depois usaram o que tinham para servir a Jesus
- lençol de linho, um túmulo novo, mirra e aloés.

O que nos impede de usarmos o que temos para servir a Jesus? Às vezes, é apenas o medo de ficar sem nada.

IV. CONCLUSÃO
José, um nome comum; Nicodemos, um nome incomum. Dois homens, uma mesma história. Nomes que entraram para a história porque mudaram de atitude – de oculto para público.

Enquanto tinham medo, nada fizeram. Quando venceram o medo, foram os únicos a fazer algo naquela hora.
O poder da intimidação tem sido usado com freqüência contra os discípulos de Jesus – “Se você for fiel... haverá desvantagens e perdas”.
O que mais lhe interessa: a aprovação e louvor dos homens ou a aprovação e louvor de Deus?

Não deixe para decidir na hora em que se estabelece uma situação – decida agora!
As pessoas são como bois e os discípulos como águias. Os bois vivem em manadas. Seguem a maioria, mesmo que esta esteja errada.
A águia não se importa em voar só.

As multidões gritaram “Hosana!”, e pouco depois, “crucifica-o!”.
Quando Jesus precisar de você (e Ele precisa todos os dias), não se esconda com medo, mas se apresente corajosamente!

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