[Estudo da Pessoa do Espirito Santo] A Existência do Espírito Santo.


Quem É o Espírito Santo

O Espírito Santo é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele aparece pela primeira vez nas Escrituras em Gênesis 1.2, e daí em diante sua presença é proemi­nente em ambos os Testamentos. O vocábulo que dá sentido ao seu nome é o grego pneuma, vindo da raiz hebraica ruach. Ambos os termos, quando aplicados para dar significação divina e sem igual, denotam o infinito Espírito de Deus.
A atuação deste supremo Ser é marcante nas Escritu­ras como o Substituto legal do Filho de Deus, desde o Pentecoste até o arrebatamento da Igreja (Jo 16.7), e continuando depois com ela para sempre (Jo 14.16). Ele veio ao mundo como o "Agente da Comunicação Divi­na". Sua origem não se encontra nas tábuas genealógicas, pois, sendo Ele um dos membros da Divindade, é a ori­gem de si mesmo e a causa de sua própria substância.

Sua Preexistência

A natureza e os atributos do Espírito Santo caracteri­zam-no como o "Espírito eterno", não conhecendo princípio de dias nem fim de existência (Hb 9.14). Ele apare­ce ao lado de Deus, quando havia unicamente o Deus trino e uno. O tempo, que marca extensão, é percebido através da relação entre "antes" e "depois". Uma vez que o Espírito Santo tem a mesma natureza de Deus, o tempo não se aplica a Ele - já que existe pela própria necessida­de de sua existência. Ele é um Ser vivo, dotado de perso­nalidade, não sendo meramente uma influência ou ema­nação de Deus. Antes, é uma Pessoa claramente divina, que faz parte da Trindade.
Não um ser criado, como nós ou as demais criaturas que, por um ato de Deus, passamos a existir num certo tempo e lugar.

No Antigo Testamento

O período do Antigo Testamento foi de preparação e espera a este Ser eterno, cuja ação plena concretizou-se no Novo. Mas antes, como sabemos, o Eterno Espírito de Deus já operava.
Em suas várias manifestações e demonstrações de po­der, tanto no universo físico como no espiritual, sua presença é sentida e revelada (Gn 1.2; 6.3; Êx 8.19; Jo 33.4 etc.) Entretanto, eram apenas manifestações objeti­vas e tópicas, pois até então o Espírito Santo não havia sido "derramado" e sim "manifestado" (cf. Jl 2.28; Jo 7.39). O Espírito Santo se revelava de três maneiras, visto no contexto geral.
a. Como Espírito criador do cosmo. Por cujo poder o Universo e todos os seres foram criados.
b. Como Espírito dinâmico ou doador de poder. Re­velado como o Agente de Deus em relação aos homens; entretanto, não era outorgado como dádiva permanente. Em sentido tópico, tal sucedia até mesmo no caso dos profetas, embora seja seguro pensar que homens mais profundamente espirituais possuíam o dom do Espírito por tempo mais dilatado que o comum (cf. Sl 51.11- Ml 2.15).
c. Como Espírito regenerador. Pelo qual a natureza humana é transformada "de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor" (2 Co 3.18). Encontramos sua presença no Antigo Testamento, em várias manifestações de poder, num total de 88 vezes: 13 no Pentateuco; sete em Juizes; sete em 1 Samuel; cinco nos Salmos; 14 em Isaías; 12 em Ezequiel; e trinta ou­tras, por inferência.
Dos 39 livros do Antigo testamento, apenas 16 não fazem referência específica a Ele - mas em essência. ([1])
Algumas referências marcam sua presença nesse perí­odo, descrevendo-o como membro ativo da Divindade e participante de decisões somente a ela inerentes. Veja­mos algumas:
   Na criação do Universo: "E o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2).
   Na criação do homem: "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhan­ça..." (Gn 1.26).
   No juízo sobre o pecado: "Então disse o Senhor Deus: Eis que o homem é como um de nós..." (Gn 3.22).
   No julgamento sobre o dilúvio: "Então disse o Se­nhor: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem..." (Gn 6.3).
   Sobre a construção da torre de Babel: "Eia, desça­mos, e confundamos ali a sua língua..." (Gn 11.7).
O Espírito Santo é também retratado, em relação aos ho­mens, como aquEle que ilumina (Jo 33.8), dá forças especiais (Jz 14.6,19), concede sabedoria (Êx 31.1-6; Dt 34.8), outorga revelações (Nm 11.25; 2 Sm 23.2), instrui sobre a vontade de
Deus (Is 11.2), administra graça (Zc 12.10) e, finalmente, enche as vidas com sua presença (Ef 5.18).

No Novo Testamento

O Espírito Santo entra em cena logo nas primeiras páginas do Novo Testamento. O anjo Gabriel informa a Zacarias, um velho sacerdote da ordem de Abias, que seu futuro filho, João Batista, seria cheio do Espírito Santo desde o ventre materno (Lc 1.15). O mesmo mensageiro celestial diz a Maria que o Espírito Santo desceria sobre ela (Lc 1.35). Mais adiante encontramos o justo Simeão, e "o Espírito Santo estava sobre ele" (Lc 2.25). Durante a vida terrena de nosso Senhor Jesus, a atuação do Espírito Santo acompanhava seus passos, palavras e obras. Ou seja, Jesus era "cheio do Espírito Santo" (Lc 4.1). E podia exclamar: "O Espírito do Senhor é sobre mim" (Lc 4.18).

Sua Existência Pós-pentecostal

Vinte e cinco livros dos 27 que compõem o Novo Testamento descrevem o Espírito Santo como um Ser real. Apenas dois, Filemom e 3 João, falam dEle apenas em essência.
Há duas citações sobre a existência do Pai e do Filho que não mencionam sua existência:
"E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem envias-te" (Jo 17.3).
"E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro..." (Ap22.1).
No entanto, a ausência do Espírito Santo nestas duas citações não lhe nega a existência como Pessoa real! Pelo contrário, prova sua humildade e grandeza.
De acordo com a Lei mosaica, o testemunho de dois homens era verdadeiro para se firmar qualquer palavra ou sentença.
Dois grandes personagens, João Batista e Jesus Cris­to, afirmaram ter visto o Espírito Santo em forma corpórea.
"E João testificou, dizendo: Eu vi o Espírito descer do céu como uma pomba, e repousar sobre ele. E eu não o conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse: Sobre aquele que vires descer o Espírito, e sobre ele repousar, esse é o que batiza com o Espírito Santo" (Jo 1.32,33).
"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele" (Mt 3.16).

Sua Natureza

A terceira Pessoa da Trindade é Espírito por natureza! Ou seja, tal qual Ele é, tanto o seu Ser como o seu caráter, assim são também o Pai e o Filho: iguais em aspecto, poder e glória. O fato de o Espírito Santo ser Deus fica provado não somente por sua identificação com o Pai e o Filho, nas fórmulas do batismo e da bênção apostólica, mas também pelos atributos divinos que pos­sui. Em outros aspectos, o Espírito Santo é co-participante dos atos de Deus, especialmente pela sua maneira tríplice de agir, como por exemplo:

 Na bênção das tribos
"O Senhor Deus te abençoe e te guarde: o Senhor [Jesus] faça resplandecer o seu rosto sobre ti, e tenha misericórdia de ti. O Senhor [Espírito Santo] sobre ti levante o seu rosto, e te dê a paz" (Nm 6.24-26).

    Na bênção apostólica
"A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo seja com vós todos" (2 Co 13.13).

No perdão
"Ó Senhor [Deus], ouve; ó Senhor [Jesus], perdoa: Ó Senhor [Espírito Santo], atende-nos e opera sem tardar" (Dn 9.19).

No louvor
"E clamavam uns para com os outros, dizendo: Santo [Deus], Santo [Jesus], Santo [Espírito Santo] é o Senhor dos Exércitos: toda a terra está cheia da sua glória" (Is 6.3).

No batismo
"Portanto ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo..." (Mt 28.19).

 Nos dons
"Ora há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Se­nhor [Jesus] é o mesmo. E há diversidade de opera­ções, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos" (1 Co 12.4-6).

 Na unidade da fé
"Há um só... Espírito... um só Senhor [Jesus]... um só Deus e Pai de todos..." (Ef 4.4,6).

  No testemunho
"Porque três são os que testificam no céu: o Pai, a Palavra, e o Espírito Santo; e estes três são um" (1 Jo 5.7).

Evidentemente, a presença do Espírito Santo é vista por toda a extensão das Escrituras, sempre agindo de comum acordo com o Pai e o Filho.
De Deus se declara: "Desde a antigüidade fundaste a terra: e os céus são obra das tuas mãos" (Sl 102.25).
De Cristo se declara: "Porque nele foram criadas to­das as coisas, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades: tudo foi criado por ele e para ele" (Cl 1.16).
Do Espírito Santo se declara: "Pelo seu Espírito ornou os céus" (Jo 26.13). Os atos da criação - em separado, ainda que completos - da parte de cada Pessoa reúnem-se na afirmação do nome de Deus [Eloim], e daí por diante. ([2])
Ele é, portanto, o Espírito eterno (Hb 9.14). É onipresente (Sl 139.7-10), onipotente (Lc 1.37) e onisci­ente (1 Co 2.10). A Ele se atribuem obras divinas: tomou parte na criação (Gn 1.2); produz novas criaturas para Jesus (Jo 3.5); ressuscitou a Jesus Cristo dentre os mor­tos (Rm 1.4; 8.11).
O sentido que lhe dá a palavra grega - herdada do original hebraico - é sem igual. Pneuma, como termo psicológico, representa a sede da percepção, do sentido, da vontade, do estado da mente, ou pode ser equivalente ao ego da pessoa humana (Mc 2.8; Lc 1.47; Jo 11.33; 13.21 etc). Porém, o termo pneuma, ou vocábulo grego correspondente, aparece 220 vezes no Novo Testamento. Nada menos de 91 dessas ocorrências, em essência espe­cial, com ou sem qualificativo quanto ao caráter ou a origem, indicam o Espírito Santo.
São usados pronomes masculinos, como na indicação do Pai e do Filho, dominando, portanto, toda construção gramatical neste sentido. Isto é importante!

Seu Relacionamento

A atuação do Espírito Santo pode ser vista tanto em relação ao universo físico como ao espiritual. Sua ação pode ser presenciada em ambos os Testamentos. Entretanto, com maior impacto, o Espírito foi prome­tido para uma dispensação futura, a tal ponto que, nos tempos do Messias, Ele seria "derramado sobre toda a carne". ([3])

Com o Universo
"E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2).
Observe-se que a palavra "Deus" está no plural, e o verbo, no singular (no hebraico, há três números: singular, dual e plural). Assim, a natureza de Deus é revelada na primeiras palavras de Gênesis, como de igual modo o Filho e o Espírito Santo: uma Trindade, porém um só Deus.
O Filho aparece na "segunda" palavra da Bíblia - Ele é o princípio (Ap 3.14).
O Pai aparece na "quarta" palavra.
O Espírito Santo aparece na "trigésima-terceira" pala­vra, e daí por diante sua presença contínua e suas mani­festações tópicas nas obras de Deus são presenciadas em cada acontecimento. Dessa maneira, podemos aceitar que, na criação do Universo, o Pai a propôs e o Filho agiu pela energia do Espírito Santo. Subentende-se, portanto, que o Espírito Santo, como Divindade inseparável em toda a criação, manifesta sua presença em todos os elementos da natureza criada. Todas as forças da natureza são ape­nas evidências da presença e operação do Espírito de Deus. Toda a criação, e todo ser criado, deve sua existên­cia e continuação às "mãos de Deus": Cristo ("Nele fo­ram criadas todas as coisas", Cl 1.16) e ao Espírito Santo ("Ele criou e ornamentou a todas as coisas"; cf. Jo 26.13; 33.4; Sl 104.30).

 Com Cristo
O Espírito Santo desceu sobre Maria, produzindo a concepção virginal do Filho de Deus (Mt 1.20; Lc 1.23), e é visto como aquEle que "ungiu" Jesus de Nazaré, capacitando-o para sua missão evangelizadora (Lc 4.18,19) e seu ministério miraculoso. Pedro afirma que Deus "ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele" (At 10.38). Ele veio substituir o Filho na missão de conduzir os homens a Deus, como sua Testemunha pode­rosa (Jo 15.26). É a força restauradora por meio da qual Cristo opera (Rm 8.11). Finalmente, Ele é o "Amigo Fiel" de Cristo, glorificando-o por ter realizado tão subli­me redenção em favor de quem não a merecia (Jo 16.14).

Com a Igreja
O Espírito Santo é o único que pode regenerar a alma, mediante seu toque transformador. Sua presença entre os salvos deve ser contínua e perpétua, pois assim produz no crente fruto semelhante a natureza moral positiva de Deus (Gl 5.22,23).
O objetivo principal do fruto do Espírito no crente, bem como de todas as suas operações na alma, é transformá-lo segundo a imagem de Cristo, nos termos mais literais possíveis (2 Co 3.18). A promessa de Jesus a seus discípulos foi a presença constante do Espírito em suas vidas. Ele disse: "... para que [o Espírito Santo] fique convosco para sempre... porque habita convosco, e estará em vós" (Jo 14.16,17).

 Após a ressurreição de Cristo. Depois de ressurreto, Jesus entrou numa casa para participar com seus discípu­los da primeira reunião de seu ministério celestial. As portas daquele santuário improvisado estavam "cerradas... onde os discípulos, com medo dos judeus, se ti­nham ajuntado".
Após tê-los saudado ("Paz seja convosco!"), o segun­do ato do Senhor foi "soprar" sobre eles, dizendo: "Recebei o Espírito Santo" (Jo 20.19,22).
Todo salvo, segundo as Escrituras, tem o Espírito Santo como selo da ressurreição de Cristo. Porque "se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8.9). E esta é a confirmação divina: "Se o Espírito daquele que dos mortos ressuscitou a Jesus habita em vós", então, sem nenhuma dúvida, "somos filhos de Deus" (Rm 8.11,16).
Ora, o grande sucesso, tanto da igreja como do crente em particular, tem sido a presença gloriosa do Espírito Santo.
Paulo revela aos crentes de Corinto: "Não sabeis vós que sois o templo de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?" (1 Co 3.16).

 A habitação do Espírito. Depois do processo de regeneração no pecador, o Espírito Santo passa a habitar nele, e aí permanece como Agente divino da comunica­ção com o Pai e o Filho. A habitação do Espírito é uma fase posterior à obra da conversão, e possibilita o cresci­mento da nova vida iniciada naquele que foi chamado das trevas para viver na luz.
"Precisamos reconhecer sua presença permanente no templo de nossos corpos. Esse reconhecimento deve tor­nar-se sagrado e levar-nos, sem interrupção alguma, a uma vida imaculada, livre de pecado. É o segredo da experiência de seu poder, que permanentemente atua na­quele que é fiel e obediente a Cristo".([4])
A comunhão com o Espírito Santo leva o crente a aspirar pela sua presença, no dizer de Paulo: "Não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito" (Ef 5.18).

c. A companhia do Espírito. R. M. Riggs observa que desde o seu advento, no dia de Pentecoste, em Jerusa­lém, e através de outras visitações nas congregações de Samaria (At 8), Cesaréia (At 10), Antioquia da Síria (At 13.2,4), Antioquia da Pisídia (At 13.14), Éfeso (At 19.1-7), Corinto (1 Co 12.13) e Galácia (Gl 3.2), o Espírito Santo continua habitando pessoalmente nos crentes em Jesus - algo que Cristo não poderia fazer quando andava visivelmente na terra em carne humana, isto é, de habitar o corpo dos outros, mas o Espírito Santo o faz agora.

 Dirigindo nossos passos. A partir do Pentecoste, o Espírito Santo passou a dirigir os passos da Igreja. A nova dispensação, inaugurada pela glorificação de Cris­to, é chamada tanto de era do Espírito Santo como era da Igreja.
O Espírito e a Igreja em tudo agem de comum acordo. A Igreja sem o Espírito seria um corpo sem vida; e o Espírito sem a Igreja, uma força sem meio de ação. Por esta razão o Espírito e a Igreja são inseparáveis e sempre dirigidos um para o outro.
Ambos são anunciados e prometidos por Jesus durante o seu ministério terreno (Mt 16.18; Jo 7.39). Depois da ressurrei­ção de nosso Senhor, os dois aparecem juntos no plano da salvação. Finalmente, o Espírito e a Igreja estão unidos na mesma espera: o advento de Jesus Cristo (Ap 22.17).

 No livro de Atos dos Apóstolos. O Espírito Santo rouba a cena neste livro que é padrão para a Igreja, tanto no sentido evangelístico como no administrativo e soci­al. Assim como nos evangelhos a presença do Filho de Deus revelando e exaltando o Pai é o fato principal, também a presença do Espírito Santo, exaltando e revêlando o Filho de Deus, preenche o campo inteiro de nossa visão em Atos - até nossos dias.
Cumprem-se assim as palavras de Jesus aos discípu­los: "Ele [o Espírito Santo] habita convosco, e estará em vós" (Jo 14.17).

Com o Mundo
Nosso Senhor sintetizou a missão do Espírito: "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da jus­tiça, e do juízo" (Jo 16.8).

"Do pecado, porque não crêem em mim" (Jo 16.9). Existem várias interpretações sobre o poder de convenci­mento do Espírito Santo, sendo que as opiniões seguem mais ou menos assim: "As palavras de Jesus no versículo 9 apontam principalmente o tremendo pecado da rejei­ção ao Messias, do qual é antes de todos acusada a incrédula comunidade judaica" (At 3.18-20; 7.7,45;15.22).
Está em foco o pecado de rejeição, porquanto a Luz veio ao mundo, mas os homens a rejeitaram. Jesus "veio para o que era seu [os judeus], e os seus não o recebe­ram" (Jo 1.11). Com a vinda gloriosa do Espírito Santo, todos foram convencidos deste pecado "contra" Cristo.
Uma segunda interpretação diz respeito à poderosa atuação do Espírito na conversão do homem. O Espírito Santo opera diretamente no coração do homem, e este se convence de que é um pecador de fato a vagar sem rumo nesta vida. O Espírito, então, mostra-lhe a cruz de Cristo (Ap 22.17).

"Da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais" (Jo 16.10). Temos aqui um avanço em rela­ção a idéia anterior, pois o Espírito Santo agora não somente revela aos homens de que consiste o pecado, convencendo-os dessa realidade, mas também de que consiste a justiça. Em outras palavras, o Espírito de Deus convence os homens da justiça de Cristo.

"E do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado" (Jo 16.11). O senso moral correto exige que os homens sejam recompensados ou punidos. Essa prova moral baseia-se na justiça de Deus, que exige recebam a virtude e o vício as sanções que lhes são devidas: recom­pensa ou punição.
Aqui no mundo, as sanções da virtude e do vício são evidentemente insuficientes: muitas vezes o vício triun­fa, enquanto a virtude é humilhada. A justiça deseja que cada um seja tratado segundo as suas obras, e isto não pode ser feito senão por meio de Cristo. O Espírito San­to, portanto, convence o mundo deste juízo por Cristo (At 17.30,31). Em síntese, o Espírito Santo convence o mundo:
   Do pecado: contra o Cristo - crucificado.
   Da justiça: de Cristo - glorificado.
   Do juízo: por Cristo - diante do Trono Branco.
Por três vezes Jesus referiu-se ao Espírito Santo como o "Espírito de verdade" (Jo 14.17; 15.26; 16.13). Signifi­ca que o Espírito Santo é o Agente que conduz os homens a Cristo, que é a Verdade, convence os homens de que tudo o que Cristo falou era verdade, bem como da reali­dade do Juízo Final, diante do Trono Branco, efetuado por Cristo ao lado do Pai.

[1] BANCROFT, E. H. Teologia Elementar. São Paulo, IBR, 1975.
[2] SILVA, S. P. da. Quem É Deus. Rio de Janeiro, CPAD, 1991.
[3] RIGGS, R. M. O Espírito Santo, São Paulo, Vida, 1981.
[4] CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado. Milenium, 1982.

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