[Estudo da Pessoa do Espirito Santo] Nomes e Títulos do Espírito Santo.


Seus Nomes e Títulos


 Vários nomes e títulos são dados ao Espírito Santo nas Escrituras, que descrevem a natureza profunda do seu Ser. O nome traduz a natureza do ser que o carrega. O título expressa sua fama e reputação.
Além dos nomes e títulos conferidos ao Espírito Santo são também usados pronomes pessoais, para que a imagi­nação humana possa concebê-lo como realmente é.
Os escritores do Antigo e do Novo Testamento e mi­lhões de outras testemunhas afirmam a existência real do Espírito Santo, como sendo de fato uma Pessoa.
É impossível que milhões de pessoas tenham combi­nado mentir por uma extensão de séculos. Todas elas, desde os mais remotos tempos, têm afirmado a mesma coisa: o Espírito Santo existe, e é uma Pessoa real. Com efeito, fosse Ele uma simples influência, sopro ou vento, os milhões de depoimentos se teriam desfeito em contra­dições.
Ele é, como já vimos, a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Em toda a extensão do Novo Testamento, que marca exatamente a era do Espírito em sua plenitude, faz-se alusão a Ele em termos coloquiais, como "esse" (e não isso) e "aquele" (e não aquilo).
Os pronomes e apelativos são largamente usados para descrever sua existência e personalidade:
EU - "E, pensando Pedro naquela visão, disse-lhe o Espírito Santo: Eis que três varões te buscam. Levanta-te pois, e desce, e vai com ele, não duvidando; porque eu os enviei" (At 10.19,20).
ELE - "E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo" (Jo 16.8).
AQUELE - "Mas aquele Consolador, o Espírito San­to, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito" (Jo 14.26).
OUTRO - "E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre" (Jo 14.16).
ESSE - "O Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas" (Jo 14.26).
Cada nome ou título do Espírito Santo descreve a natureza de sua existência e caráter.
Alguns destes nomes e títulos descrevem a sua nature­za propriamente dita; outros, a sua obra; outros ainda, sua manifestação.
O ESPÍRITO (simplesmente) - "Mas Deus no-las re­velou pelo seu Espírito; porque o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus" (1 Co 2.10).
O ESPÍRITO DE DEUS - "E a terra era sem forma e vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2).
O ESPÍRITO DO DEUS VIVO - "Porque já é mani­festado que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus Vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração" (2 Co 3.3).
O ESPÍRITO DO SENHOR DEUS - "O Espírito do Senhor Deus está sobre mim; porque o Senhor me ungiu, para pregar boas novas aos mansos: enviou-me a restau­rar os contritos de coração, a proclamar liberdade aos cativos e a abertura de prisão aos presos" (Is 61.1).

O ESPÍRITO DO SENHOR - "E, quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, e não viu mais o eunuco; e, jubiloso, continuou o seu caminho" (At 8.39).
O ESPÍRITO DE VOSSO PAI - "Porque não sois vós quem falará, mas o Espírito de vosso Pai é quem fala em vós" (Mt 10.20).

O ESPÍRITO DE CRISTO - "Indagando que tempo ou que ocasião de tempo o Espírito de Cristo, que estava neles, indicava, anteriormente testificando os sofrimen­tos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir" (1 Pe 1.11).

O ESPÍRITO DE JESUS CRISTO - "Porque sei que disto me resultará salvação, pela vossa oração e pelo socorro do Espírito de Jesus Cristo, segundo a minha intensa expectação e esperança..." (Fl 1.19,20).

O ESPÍRITO DE JESUS - "E, quando chegaram a Mísia, intentavam ir para Bitínia, mas o Espírito de Jesus não lho permitiu" (At 16.7).

O ESPÍRITO DE SEU FILHO - "E, porque sois fi­lhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito de seu Filho, que clama: Aba, Pai" (Gl 4.6).

O ESPÍRITO DE ARDOR - "Quando o Senhor lavar a imundícia das filhas de Sião, e limpar o sangue de Jerusa­lém do meio dela, com... o Espírito de ardor... e haverá um tabernáculo para sombra contra o calor do dia" (Is 4.4,5).

O ESPIRITO DE SÚPLICAS - "E sobre a casa de Davi e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito... de súplicas..." (Zc 12.10).

O ESPÍRITO DE ADOÇÃO - "Porque não recebestes o espírito de escravidão para outra vez estardes em te­mor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai" (Rm 8.15).

O ESPÍRITO DA PROMESSA - "Em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, foste selado com o Espírito da promessa; o qual é o penhor da vossa herança..." (Ef 1.13,14).

O ESPÍRITO DE VIDA - "Porque a lei do Espírito de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte" (Rm 8.2).

O ESPÍRITO DE VERDADE - "Mas, quando vier o Consolador, que eu da parte do Pai vos hei de enviar, aquele Espírito de verdade, que procede do Pai, ele testificará de mim" (Jo 15.26).

O ESPÍRITO DA GRAÇA - "De quanto maior castigo cuidais vos será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Deus, e tiver por profano o sangue do testamen­to, como foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça?" (Hb 10.29).

O ESPÍRITO DA GLÓRIA - "Se pelo nome de Cristo sois vituperados, bem-aventurados sois, porque sobre vós repousa o Espírito da glória de Deus" (1 Pe 4.14).

O ESPÍRITO DE REVELAÇÃO - "Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o Espírito... de revelação; tendo ilumi­nados os olhos do vosso entendimento..." (Ef 1.17,18).

O ESPÍRITO ETERNO - "Quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo" (Hb 9.14).

O ESPÍRITO DE SANTIFICAÇÃO - "Declarado Fi­lho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos, Jesus Cristo Nosso Se­nhor" (Rm 1.4).

O ESPÍRITO SANTO - "Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quan­to vos tenho dito" (Jo 14.26).

Em Lucas 11.20, o Espírito Santo é chamado de O DEDO DE DEUS; em Atos 5.4, de DEUS; em Apocalipse 19.10, de ESPÍRITO DE PROFECIA. Em Isaías 11.2, Ele é apresentado em sua plenitude, septiforme:

O ESPÍRITO DO SENHOR
O ESPÍRITO DE SABEDORIA
O ESPÍRITO DE INTELIGÊNCIA
O ESPÍRITO DE CONSELHO
O ESPÍRITO DE FORTALEZA
O ESPÍRITO DE CONHECIMENTO
O ESPÍRITO DE TEMOR DO SENHOR

Se o Espírito Santo não fosse de fato uma pessoa, como se dariam tantos nomes a Ele? A razão natural e as luzes da fé afirmam que Ele existe!

Nomes que o Identificam com a Trindade

Já observamos que o nome é dado para denotar a natureza profunda do ser que o carrega. Assim, a criatura somente era conhecida depois que se lhe dava o nome (Gn 2.19). No caso do Espírito Santo, encontramos vári­os nomes, como acabamos de expor. Entretanto, há três nomes principais que o identificam diretamente com a Santíssima Trindade e as dimensões universais da existência:

ESPIRITO DE DEUS ESPÍRITO DE CRISTO ESPÍRITO SANTO

O Espírito de Deus
Encontramos este nome divino no início da Bíblia, associado diretamente à obra da criação, onde nos é dito que "o Espírito de Deus se movia sobre a face das águas" (Gn 1.2). Ele aparece como co-participante, a "pairar" sobre o caos das águas do oceano primevo, quando tudo ainda estava mergulhado em escuridão e total desordem.
Em outras passagens das Escrituras, aparece também este nome, ligado diretamente à criação, à renovação da terra e à regeneração da pessoa humana (Gn 6.3; 41.38; Jo 33.4; Ez 11.24; Rm 8.9; 1 Co 3.16 etc). Em Jo 33.4, Eliú, um sábio oriental, associa-o à criação do homem: "O Espírito de Deus me fez; e a inspiração do Todo-poderoso me deu vida". Em Salmos 104.30, liga-se à criação inteira: "Envias o teu Espírito, e são criados, e assim renovas a face da terra". No tocante à regeneração da pessoa humana, Ele é citado em vários elementos doutrinários das Escrituras, sempre produzindo uma "nova criatura" para Cristo e seu Reino (Rm 8.2). A vida do próprio Jesus, no ventre da virgem, foi um ato miraculoso de seu poder (Mt 1.20; Lc 1.35).

O Espírito de Cristo
Este nome está relacionado à obra da redenção, que Cristo realizou por amor de nós. Desde os tempos mais remotos, o Espírito Santo vinha "testificando os sofri­mentos que a Cristo haviam de vir e a glória que se lhes havia de seguir" (1 Pe 1.11). Esta é uma das razões por que Ele é chamado O ESPÍRITO DE CRISTO. Ele acom­panhou todos os passos, atos e palavras de Cristo em sua missão divina a favor dos homens.

O Espírito Santo
Este nome está diretamente relacionado à santificação das coisas e dos seres. Tudo se santifica ou é santificado pela atuação gloriosa do Espírito Santo. Até a evidência central da ressurreição de Cristo aconteceu "segundo o Espírito de santificação" (Rm 1.4). Esta é, portanto, a natureza do seu Ser e a extensão de sua obra santificadora.
Ao abrirmos o Novo Testamento, encontramos o Es­pírito Santo imediatamente com este nome, e daí por diante em cada seção tópica ou celestial.

a. Como Espírito de Deus. Representando a onipotên­cia de Deus, que tudo criou e tudo pode fazer.

b. Como Espírito de Cristo. Representando a onisciência de Deus que, com antecedência de séculos, plane­jou toda a obra da redenção.

c. Como Espírito Santo. Representando a onipresença do Deus Santo, que faz da santidade a condição moral necessária presente em todo o Universo.

III - Títulos do Espírito Santo

Já falamos sobre os nomes do Espírito Santo; agora, veremos alguns de seus títulos associados, evidentemen­te, à sua fama e reputação.

O Consolador
"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador..." (Jo 14.16). Há um testemunho gramatical que deve ser mencionado aqui: o uso do substantivo masculino "paracleto", empregado por Cristo ao referir-se ao Espí­rito Santo.
O próprio Jesus, durante sua vida terrena, era o Con­solador dos seus discípulos, e os consolou quando estaca prestes a deixá-los, prometendo-lhes "outro Consolador" (paracleto). Tudo o que Jesus fora para os discípulos, o outro Consolador haveria de ser. Portanto, o Espírito Santo seria uma Pessoa substituindo outra.
A palavra parakletos é antiga, usada no grego clássi­co, como nos escritos de Demóstenes, onde aparece com o sentido de "advogado" - alguém que pleiteia a causa de outrem -, sentido este que passou para o grego helenista, nos escritos de Josefo, historiador judaico do primeiro século de nossa era, e de Filo e igualmente aos papiros dos tempos dos apóstolos.
O termo deriva dos vocábulos gregos para ("para o lado de") e kaleo ("chamar", "convocar"), dando o sentido geral de "alguém chamado para ajudar ao lado de outrem".
Afirma-se que, nos tribunais romanos e gregos, os advogados que assistiam os amigos o faziam não pela recompensa ou remuneração, mas por amor e considera­ção, ajudando com sábios conselhos.
A palavra traduzida por "ajuda" é extremamente signifi­cativa. É formada por três palavras gregas - duas preposi­ções e uma raiz verbal. Uma das preposições significa "com"; a outra, "do outro lado"; e a raiz verbal quer dizer "segurar". Assim, temos: "segurar do outro lado com".
"Em alguns momentos de provações, podemos ver alguém ao 'nosso lado' e até pensamos, mesmo por uma questão de temor e respeito, que este 'alguém' seja o Pai ou o Filho, ou até mesmo um anjo da corte celestial, sem lembrarmos que é o Espírito Santo, ajudando-nos em nossas fraquezas". ([1])

O Guia espiritual
Este título é também conferido a nosso Senhor Jesus Cristo (Mq 5.2; Mt 2.6). Aplicado ao Espírito Santo, porém, está relacionado diretamente com sua missão orientadora em todos os sentidos da vida, especialmente quanto as verdades espirituais, nas quais a alma humana está fundamentada.
As pessoas, precisam de pontos de referência para sua orientação. Numa cidade, por exemplo, são pontos de referência praças, igrejas, edifícios, torres de comunica­ções etc. Também são pontos de referência paradas de ônibus, nomes das estações de trem e metrô e de lugares.
Todos esses meios indicam direções seguras e exatas, em qualquer lugar da Terra ou mesmo do Universo, espe­cialmente naquelas dimensões que o homem pode atin­gir. Para isso foram criados os pontos universais de refe­rência - os pontos cardeais, determinados com base no movimento do Sol (Igor).
Para Deus, entretanto, o conceito de orientação é bem mais amplo e valioso. E Ele, em sua infinita sabedoria, entregou esta grande missão a seu Filho, Jesus Cristo. Porém, com seu regresso ao Pai, confiou-se a tarefa ao Espírito Santo. Este título, mesmo sendo uma derivação de "Consolador", possui algumas significações especi­ais. Está ligado diretamente a uma promessa de Jesus a seus discípulos: "Ele [o Espírito] vos guiará em toda a verdade..."
A promessa foi confirmada logo após a ressurrei­ção de nosso Senhor. O Espírito acompanhava a Igre­ja passo a passo. Paulo diz que os cristãos são guiados pelo Espírito: "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus" (Rm 8.14); em Gaiatas 5.18, o apóstolo acrescenta: "Se sois guia­dos pelo Espírito, não estais debaixo da lei". Ora, sem dúvida isto significa que quem é "guiado pelo espírito de Deus" sabe de onde veio, onde se encontra e para onde está caminhando. Porque o Espírito Santo o "gui­ará em toda a verdade".

O dedo de Deus
Este título surgiu como uma expressão idiomática dos magos egípcios, talvez Janes e Jambres (2 Tm 3.8). Eles disseram a Faraó, quando fracassaram na reprodução da praga dos piolhos: "Isto é o dedo de Deus..." (Êx 8.19). No entanto, a expressão alcançou significado especial quando o Senhor argumentava com os escribas e fariseus sobre a atuação poderosa do Espírito de Deus em sua vida. Jesus demonstrou claramente a fonte do seu poder: "Mas, se eu expulso os demônios pelo Espírito de Deus, é conseguintemente chegado a vós o reino de Deus". Na passagem paralela de Lucas 11.20, Jesus diz literalmen­te: "Mas, se eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente a vós é chegado o reino de Deus".
Jesus utiliza-se nesta última passagem de uma expres­são lucana, usada no Antigo Testamento para demonstrar uma intervenção direta e poderosa do Espírito de Deus (cf. Êx 8.19; Dt9.10).

Outro
Este título, mencionado em João 14.16, significa "ou­tro da mesma espécie". Segundo Dods, o termo grego aqui traduzido por "outro" é allon, e não heteron, e significa que o Espírito Santo é outro ajudador, separado e distinto de Cristo, embora da mesma "espécie", e não distinta ou separada de "ajudador". Ele é a continuidade do Senhor Jesus em nós, igual em poder e glória, embora sob manifestação diferente.
Jesus procura consolar os discípulos, mostrando-lhes que, apesar da separação que ocorreria em breve, Ele haveria de permanecer com eles para todo o sempre, porque o seu Representante legal desceria do Céu para estar no meio deles e com eles.([2])
A palavra "paracleto" indica muito mais do que uma pessoa compassiva. Um verdadeiro paracleto acompanha intimamente em todos os momentos o que consola. Na qualidade de Paracleto, o Espírito Santo está sempre dis­posto infundir poder, coragem, sabedoria e graça ao co­ração de cada salvo.
Alcançamos essa graça através da nossa comunhão com Ele. Razão pela qual o apóstolo Paulo a recomenda a todos os santos: "A comunhão do Espírito Santo seja com vós todos" (2 Co 13.13).


[1] CHAMPLIN, R. N. O Novo Testamento Interpretado. Milenium, 1982.
[2] Idem.

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