O que É o Batismo com o Espírito Santo
"Mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (At 1.5).
O batismo com o Espírito Santo não é uma bênção exclusiva de grupos pentecostais ou carismáticos, como alguns têm defendido e ensinado, "porque a promessa vos diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar" (At 2.39). A universalidade da promessa do batismo com o Espírito Santo é aqui reiterada, enriquecida e aprofundada para outras pessoas que ainda "estavam lon-ge".
A promessa do Pai, feita a Jesus, cobriria o tempo e o espaço. Ela "diz respeito a vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar". Estas palavras, proferidas pelo apóstolo Pedro no dia de Pentecoste, mostram a abrangência da promessa:
• O batismo com o Espírito Santo seria para a geração dos primórdios da Igreja ("... a vós").
• O batismo com o Espírito Santo seria também para a geração de crentes e pregadores que viria depois ("... a vossos filhos").
• O batismo com o Espírito Santo seria também outorgado aos que estavam distantes, geográfica e cronologicamente ("... a todos os que estão longe").
• O batismo com o Espírito Santo poderia ser desfrutado por todos os que cressem e obuscassem ("... a tantos quantos Deus, nosso Senhor, chamar").
Idêntica promessa faz Jesus, em Marcos 16.17, quando se despede dos discípulos: "Este sinais seguirão aos que crerem... falarão novas línguas". Esta gloriosa promessa foi imediatamente cumprida no dia de Pentecoste (At 2.1-4) e pelos séculos que se seguiram. Até hoje, homens e mulheres de todas as nacionalidades têm experimentado e testemunhado a mesma coisa.
Jesus continua batizando com o Espírito Santo em todas as partes do mundo onde sua vontade é aceita. Ele "é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente" (Hb 13.8); e, de igual modo, "o Espírito é o mesmo" (1 Co 12.4,8,9,11).
A Finalidade do Batismo com o Espírito Santo
O glorioso revestimento de poder pelo batismo com o Espírito Santo tem várias finalidades e aplicações:
• Traz ao crente um revestimento de poder sobrenatural. Jesus prometeu: "Ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49).
• Faz do crente uma testemunha poderosa do Evangelho: "Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1.8).
• Traz aos crentes uma espécie de "unção universal" entre os filhos de Deus, unindo-os em um só corpo. Paulo afirma: "Há um só corpo e um só Espírito" (Ef 4.4). A operação miraculosa do Espírito Santo na vida da Igreja derruba todas as barreiras e preconceitos nacionalistas.
Em Romanos 6.2-4, Paulo revela que todos nós fomos batizados na morte de Cristo e sepultados com ele pelo batismo na morte, e que através de sua ressurreição andamos em "novidade de vida". E reafirma, em 1 Coríntios 12.13: "Pois todos nós fomos batizados em um mesmo Espírito, formando um corpo..."
Este batismo é uma ação poderosa que produz a união entre todos os homens, formando assim "um só corpo", quer sejam judeus, gregos, servos ou livres. Antes desta operação gloriosa do Espírito, os homens eram classificados por raças e categorias: bárbaros, pecadores, publicanos, meretrizes, judeus, gregos, romanos, saduceus, fariseus, herodianos, citas, samaritanos, da circuncisão, incircuncisos, escravos, livres etc.
O Espírito Santo, através desta "imersão" purificadora, torna o Cristianismo superior a qualquer filosofia ou religião que separe as pessoas por nacionalismo ou tradição secular.
A Promessa do Pai
Promessa é uma espécie de encontro com o futuro, e usualmente envolve um "doador"e um "receptor". Neste sentido, encontramos promessas por toda a Escritura.
Jesus lembra a promessa do Pai
"E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder" (Lc 24.49).
O livro de Atos mostra a vinda do Consolador como "a promessa do Pai": "Determinou-lhes que não se ausentassem de Jerusalém, mas que esperassem a promessa do Pai, que (disse ele) de mim ouvistes" (1.4).
A promessa, portanto, seria o derramamento do Espírito Santo, no dia de Pentecoste. Mais adiante, no mesmo livro, Pedro revela que a promessa do Espírito Santo seguiria por gerações futuras (2.39).
Certamente o maior desejo de Jesus, ao chegar junto do Pai, nos Céus, era ver a gloriosa manifestação do Espírito na vida de seus seguidores aqui na Terra. Pois Ele prometera: Eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador" (Jo 14.16).
Cremos que foi esta a primeira oração do Filho ao assentar-se à destra do Pai, depois de cumprida sua missão na Terra.
O cumprimento da promessa
A promessa do batismo com o Espírito Santo é afirmada sete vezes no Novo Testamento (Mt 3.11,12; Mc 1.7,8; Lc 3.16,17; Jo 1.33; At 1.5; 11.16; cf. Jo 16.7,8,13). Destas, quatro saíram dos lábios de João Batista, sempre com as palavras: "Ele [Jesus] vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3.11).
E eis aqui o seu cumprimento: "Cumprindo-se o dia de Pentecoste, estavam todos reunidos no mesmo lugar; e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.1-4).
Encontramos, no Novo Testamento, quatro vezes os cristãos reunidos no domingo (Jo 20.19,26; At 2.1; 20.7). Na terceira vez, cinqüenta dias depois do sábado da Páscoa, deu-se a prometida descida do Espírito Santo. Os discípulos eram já cristãos, mas agora são constituídos em "um corpo" (1 Co 12.13) - a Igreja cristã em sua forma exata.
Três Formas de Batismo
Há pelo menos três maneiras de o Espírito Santo batizar os crentes, embora o batismo seja um só e em cada uma dessas manifestações tenha ocorrido a evidência das línguas estranhas.
Encontramos a primeira em Atos 2.2-4, onde o Espírito irrompe do Céu "de repente" como "um vento veemente e impetuoso", e, sem nenhuma intervenção humana ou dramatização para estimular a fé, batiza a todos os que estão assentados.
A segunda, em Atos 8.15-18; 9.17,18 e 19.6, onde o batismo se dá através da imposição de mãos, em Samaria, Damasco e Éfeso.
A terceira, em Atos 10.44, na casa do centurião Cornélio: "E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra".
No primeiro caso, o batismo aconteceu automaticamente; no segundo, pela imposição das mãos e no terceiro, pelo supremo poder da Palavra.
A Aceitação Universal
Todos os cristãos de todas as denominações, especialmente as verdadeiramente evangélicas, aceitam sem restrições a doutrina do batismo com o Espírito Santo. Concordam também sobre o fato de ser o Espírito Santo uma pessoa real, e não uma simples influência.
As dificuldades surgem no tocante à maneira como Jesus batiza com o Espírito Santo e aos sinais evidentes deste batismo.
Alguns o confundem com a regeneração ou o novo nascimento. Outros, como sendo o "batismo da alma com vista ao mundo dos mortos". Jesus falou de "um certo batismo" (Lc 12.50), e alguém entende que seja este.
Outros ainda acham que no momento da salvação a pessoa recebe automaticamente o batismo com o Espírito Santo. Talvez baseado nas palavras de Paulo, em 1 Coríntios 12.13: "Todos nós fomos batizados em um Espírito, formando um corpo".
Há inúmeras outras explicações que não se coadunam com o argumento principal das Escrituras, razão por que não as mencionamos aqui.
O batismo com o Espírito Santo é um poder especial que vem de Deus e enche todo o nosso ser. A esta ação divina, segue-se o que chamamos "transbordamento", quando a nossa língua é totalmente dominada pelo poder de Deus e começamos a falar "noutras línguas, conforme o Espírito Santo" autoriza que falemos. Não um idioma nosso - a não ser que Deus, diante de necessidades prementes, assim o queira - mas sim uma língua totalmente espiritual. É glorioso!
Frases Usadas na Bíblia e pelos Crentes
Na Bíblia, especialmente no Novo Testamento, várias frases e expressões descrevem o batismo com o Espírito Santo. Alguns escritores opinam ser a expressão mais exata "batismo no [ou em o] Espírito Santo", o que daria a idéia de alguém ser "mergulhado" nEle (o Espírito Santo é às vezes representado por um rio, ou rios; cf. Sl 46.4; Jo 7.37-39; 1 Co 12.13).
Porém, entendo ser mais adequada a expressão "batismo com o Espírito Santo". Somente podemos mergulhar em algo que se encontre abaixo de nós. No batismo com o Espírito Santo, é Ele que vem sobre o crente, e não o contrário. Além do mais, é o que aparece em nossas traduções. Em muitas ocasiões, mesmo no Antigo Testamento, o Espírito de Deus vinha sobre alguém (Jz 3.10; 11.29; 14.6,19; 15.14; 1 Sm 10.10; 16.13 etc). No Novo Testamento, continuou descendo sobre os santos (cf. Lc 1.35ss). Muitas outras expressões descrevem batismo com o Espírito Santo:
• "... derramarei o meu Espírito sobre toda a carne" (Jl 2.28);
• "... derramarei o Espírito de graça e de súplicas" (Zc 12.10);
• "... ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo" (Mt 3.11);
• "... falarão novas línguas" (Mc 16.17);
• "... revestidos de poder" (Lc 24.49);
• "... o Consolador... virá a vós" (Jo 16.7);
• "... a promessa do Pai" (At 1.4);
• "... recebereis a virtude do Espírito Santo" (At 1.8);
• "... todos foram cheios do Espírito Santo" (At 2.4);
• "... o Espírito Santo, que Deus deu àqueles que lhe obedecem" (At 5.32);
• "... era dado o Espírito Santo" (At 8.18);
• "... caiu o Espírito Santo" (At 10.44);
• "Recebestes vós já o Espírito Santo..." (At 19.2).
Outras expressões são usadas pelo povo de Deus:
Outras expressões são usadas pelo povo de Deus:
• "O Espírito Santo veio sobre ele(a)" (Mt 3.16);
• "O Espírito Santo repousou sobre ele(a) (Jo 1.33);
• "Foi selado com o selo da promessa" (Jo 6.27; 2 Co 1.22; Ef 1.13; 4.30);
• "Foi ungido com o Espírito Santo" (At 10.38; 1 Jo 2.27);
• "Caiu o Espírito Santo sobre todos" (At 10.44);
• "Deus lhes deu o mesmo dom que a nós" (At 11.17);
• "Houve um derramamento" (At 2.33).
VII - Cinco Manifestações Distintas
Alguém já denominou o livro de Atos como "Atos do Espírito Santo", porque a presença do Espírito é marcante e gloriosa, batizando, operando milagres e orientando pregadores e crentes em geral.
Encontramos nesse livro cinco manifestações do batismo com o Espírito Santo. Ele é citado textualmente nas seguintes passagens: 1.2,5,8,16; 2.2,4,17,18,33,38; 4.8,31; 5.3,9; 6.3,5; 7.51,55; 8.15,17,18,19,29,39; 9.17,31; 10.19,38,44,45,47; 11.12,15,24; 13.2,4,9,52; 15.8; 16.6,7; 19.2,6; 20.23,28; 21.4,11; 28.25. Em 11 capítulos, seu nome está ausente (capítulos 3,12,14,17,18,22,23,24, 25,26,27); entretanto sua presença é sentida em cada um deles, pelos milagres realizados.
Das cinco manifestações de batismo, pelo menos quatro aconteceram em cidades consideradas gentias pelos judeus: Samaria, Damasco, Cesaréia e Éfeso.
Em Jerusalém
"E, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem" (At 2.2,4).
Em Samaria
"Os apóstolos, pois, que estavam em Jerusalém, ouvindo que Samaria recebera a Palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João, os quais, tendo descido, oraram por eles para que recebessem o Espírito Santo. (Porque sobre nenhum deles tinha ainda descido, mas somente eram batizados em nome do Senhor Jesus.) Então, lhes impuseram as mãos, e receberam o Espírito Santo" (At 8.14-18).
Em Damasco
"E Ananias foi, e entrou na casa, e, impondo-lhe as mãos, disse: Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo" (At 9.17).
Em Cesaréia
"E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o Espírito Santo sobre todos os que ouviam a palavra" (At 10.44).
Em Éfeso
"Disse-lhes [Paulo]: Recebestes vós já o Espírito Santo quando crestes? E eles disseram-lhes: Nós nem ainda ouvimos que haja Espírito Santo. E, impondo-lhes Paulo as mãos, veio sobre eles o Espírito Santo, e falavam línguas e profetizavam" (At 19.2,6).
Não devemos pensar que depois dessas manifestações o Espírito Santo parou de batizar os cristãos. Pelo contrário, Ele continuou (e continua) batizando.
A bênção do batismo é distinta do novo nascimento (Jo 3.3,5,6,8). Todo crente fiel tem o Espírito Santo, mas nem todos são batizados com o Espírito Santo. Os discípulos de Cristo já tinham o Espírito Santo antes do Pentecoste (Jo 20.22). Entretanto, somente depois do Pentecoste é que foram batizados.
Jesus quer batizar a todos! Basta que pecamos e confiemos na promessa do Pai: "Porque qualquer que pede recebe. Pois, se vós, sendo maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais dará o Pai celestial o Espírito Santo aqueles que lho pedirem?" (Lc 11.10,13). Jamais devemos nos aproximar de Deus pensando que somos merecedores de tão grande bênção. Deus não nos abençoa por aquilo que merecemos, e sim pelo que precisamos. Todos somos carentes de Deus, que "segundo as suas riquezas, suprirá" as nossas necessidades (Fp 4.19), inclusive a do batismo com o Espírito Santo.
Em cada uma das ocasiões mencionadas acima, houve sinais externos da manifestação do Espírito. Em Jerusalém, ouviu-se um "som como de um vento veemente e impetuoso" e as "línguas repartidas como que de fogo" acompanharam a descida oficial do Espírito Santo.
O fenômeno foi tão intenso que os discípulos ali reunidos não somente ouviram e sentiram, mas chegaram a ver as próprias línguas (v. 3).
"O vento e o fogo precederam a plenitude dos discípulos; o dom de línguas, entretanto, veio como resultado da plenitude. O vento e o fogo jamais se repartiram em outras ocasiões, mas o dom de línguas sempre estava presente em cada ocasião".
O segundo episódio marcou a presença de Pedro e João na cidade de Samaria, e a evidência externa foi o dom de línguas. O mago Simão percebeu e até desejou reproduzir os efeitos extraordinários da imposição de mãos dos apóstolos. Schaff declara: "Os dons do Espírito Santo eram claramente visíveis. A imposição das mãos dos apóstolos conferia alguma coisa mais do que a graça espiritual interior; os dons milagrosos externos de uma outra espécie eram claramente concedidos". ([1])
Os samaritanos haviam sido convertidos a Cristo pela poderosa mensagem de Filipe, o evangelista, mas ainda lhes faltava o dom do Espírito Santo. Agora, porém, com a presença de Pedro e de João, o batismo fez-se acompanhar de efeitos externos. Os samaritanos provaram o dom celestial.
Em Damasco, na casa de Judas, após a conversão de Saulo, chega um discípulo chamado Ananias, o qual entrando na casa disse: "Irmão Saulo, o Senhor Jesus, que te apareceu no caminho por onde vinhas, me enviou, para que tornes a ver e sejas cheio do Espírito Santo".
A missão deste discípulo até então oculto, mas cheio de poder, era realizar três coisas que seriam de extrema importância na vida de Saulo:
• impor-lhe as mãos para curá-lo;
• num ato semelhante, fazer com que o Espírito Santo o batizasse;
• torná-lo membro do corpo visível de Cristo, que é a sua Igreja, pelo batismo nas águas.
No quarto episódio, na cidade de Cesaréia, Pedro se encontrava na casa de "um certo Simão, curtidor" (At 10.6), quando foi divinamente orientado a ir à casa de Cornélio, a fim de que este, através da pregação do apóstolo, fosse salvo. Deus agiu assim para quebrar uma tradição separatista entre judeus e gentios.
Os judeus da circuncisão, mesmo convertidos ao Cristianismo, não aceitavam a salvação dos gentios. Há séculos os judeus repetem um provérbio: "O Espírito Santo jamais repousa sobre um pagão". Era tal a discordância entre os judeus a respeito deste ponto, que foi necessário um concilio, em Jerusalém, para resolver a questão (At 11.1-3; 15.1-29).
Quantos, em nossos dias, incorrem no mesmo equívoco daqueles irmãos primitivos que recusavam ou punham ressalvas à admissão dos gentios na igreja! Entre aqueles estava Pedro.
Os saduceus entraram em choque com Cristo porque sua doutrina contrariava em muito os ensinos deles, que eram céticos quanto ao mundo superior. Não aceitavam as personalidades do mundo espiritual. Para eles, "não há ressurreição, nem anjo, nem espírito" (At 23.8). Jesus discerniu muito bem a situação do grupo: "Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22.29).
Em nossos dias, vemos pessoas bem intencionadas contestando certas operações do Espírito Santo. Interpretam a Bíblia unicamente pela lógica, deixando de lado a operação divina mediante a fé consumada por nosso Senhor Jesus Cristo.
A lógica sempre questiona; a fé sempre aceita. Não estamos negando o valor da lógica. Nossa vontade orienta-se por si mesma, em virtude de uma espécie de lógica imanente, na direção do Bem absoluto e do Ser necessário. Em outras palavras, em direção a Deus, fim último, no qual nosso coração pode encontrar a paz desejada e a alegria perfeita. Entretanto, pelo caminho da lógica o processo é lento, enquanto que os passos da fé são rápidos. Num momento, através de uma operação sobrenatural do Espírito, pode-se atingir o mais elevado grau de santidade e aquela perfeição ensinada por Cristo e aspirada por nossas almas.
Cremos que essa repentina manifestação do Espírito Santo sobre os gentios incircuncisos era necessária, para convencer a Pedro e aos seus irmãos da circuncisão de que Deus abriria largamente a porta para os gentios. Serviu como prova da chegada de um Pentecoste gentílico, e Pedro se utilizou eficazmente do fato, em sua defesa, em Jerusalém. ([2])
Gentios, convertidos da casa de Cornélio, adquiriram novos corações e novas línguas; e, tendo crido de todo o coração na justiça de Deus, suas línguas confessavam a salvação; e Deus foi glorificado na misericórdia que demonstrou.
No quinto e último episódio, o Espírito Santo batizou discípulos de Cristo na cidade de Éfeso. O apóstolo Paulo, após uma longa caminhada pelas "regiões superiores", chegou à capital da província romana da Ásia Menor (hoje parte da Turquia Asiática), uma das três maiores cidades do litoral leste do mar Mediterrâneo (as outras eram Antioquia da Síria e Alexandria). Após o grande mestre ter orado ali com um grupo de 12 homens, eles "falavam línguas e profetizavam" (At 19.6).
O Dr. D. D. Whedom declara: "Temos em Samaria, como em Cesaréia e em Éfeso, um Pentecoste em miniatura, no qual parece ter lugar uma nova inauguração, pela repetição da mesma efusão carismática". Para nós, porém, isso não somente significa uma "nova inauguração", mas uma "continuação" da promessa de Deus a seu Filho.
Em cinco casos de batismo com o Espírito Santo, quatro (isto é, em Jerusalém, Samaria, Cesaréia e Éfeso) tiveram como resultado imediato e evidência externa o falar em línguas (At 2.3,4; 8.17,18; 10.44-46; 19.6).
Alguém escreveu: "A despeito de frenéticos esforços de alguns para provar o contrário, a declaração clara e evidente da palavra é que todos receberam o dom de línguas do Espírito Santo". E: "O registro do recebimento do batismo com o Espírito Santo pelos samaritanos indica fortemente a presença das línguas, que todo estudioso da Bíblia sem preconceito está certo de que elas foram manifestadas lá também".
O sinal evidente do batismo com o Espírito Santo é o falar em línguas. Quando assim não acontece, passa a existir a dúvida - o que não é bom.
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